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A sessão de hoje, às 18 horas, da Câmara de São Vicente, promete ser tumultuada. Isso porque os dois vereadores oposicionistas — Pedro Gouvêa (PMDB) e Léo Santos (PSB) — devem se pronunciar contrários à decisão do prefeito Luis Cláudio Bili (PP) de passar o comando das administrações regionais aos 12 vereadores situacionistas (ver no fim da matéria). Eles passam a decidir quais e onde os serviços de manutenção da Cidade serão executados.
A iniciativa do prefeito foi publicada com exclusividade pelo Diário do Litoral na última terça-feira (10). O vereador Rafael Barreto (PPS), um dos contemplados, confirmou a informação e disse que é o responsável pela regional que compreende os bairros Jardim Rio Branco, Quarentenário, Vila Ponte Nova e Jardim Rio Negro.
Regionais são espécies de subprefeituras, responsáveis por serviços de manutenção nas áreas insular e continental do Município. Cada vereador terá 10 trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Vicente (Codesavi) sob seu comando. Além de Gouvêa e Santos, Nicolino Bozzella Júnior (PSDB) não recebeu regional.
“Não há impedimento. Vereador pode indicar uma pessoa para comandar, mas não pode responder pela regional, é ilegítimo. Passar a responsabilidade para o vereador é admitir uma administração ruim. O prefeito Bili sempre foi contra as regionais e agora faz uma cópia equivocada da gestão anterior”, afirma Gouvêa.
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Além de ser completamente contrário à entrega das regionais, Léo Santos foi direto: “O Barreto que me desculpe, mas 10 homens não conseguirão fazer a manutenção dos quatro bairros que comanda. Hoje, as regionais se tornaram moedas de troca”, dispara.
Ele alerta que o modelo adotado por Bili é completamente diferente do adotado por Márcio França (vice-governador), na época que administrou a Cidade (1997 a 2004). “Os vereadores tinham influência e relação com as regionais, mas quem comandava eram funcionários, sob a gerência da Secretaria das Administrações Regionais”, completa.
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A Reportagem procurou o terceiro vereador preterido por Bili, Nicolino Bozzella Júnior, que se mostrou cauteloso sobre a questão: “Vereador é da cidade e não de bairro. Essa iniciativa já foi adotada e é uma prerrogativa do Executivo. Não sei quais os critérios, mas regional deve ser comandada pela Prefeitura. Porém, quem fiscaliza (vereador) pode contribuir”, disse
Bozzella, que garante que hoje, na sessão, vai se preocupar com assuntos ‘mais importantes’, como a gratuidade do uniforme escolar, a implantação do hospital regional e o transbordo do lixo.
Prefeitura nega distribuição de regionais
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A Prefeitura de São Vicente já havia negado a distribuição de regionais a vereadores, esclarecido que os coordenadores das 12 administrações regionais pertencem ao quadro de funcionários da Administração Municipal e que a criação das coordenadorias visa aprimorar a manutenção dos serviços urbanos, com apoio das equipes da Codesavi.
A assessoria do vice-governador Márcio França revelou ao DL, nesta semana, que “quando ele governou São Vicente, as administrações regionais faziam parte do Programa de Administração Condominial dos Tributos. Os moradores de cada regional é que indicavam onde queriam que fossem aplicados os recursos dos tributos pagos e os funcionários para atuar nas regionais”.
De acordo com a nota, “vereadores, eleitos pela população dos bairros, tinham sim o direito de propor uma lista de nomes de moradores para atuar nas regionais. França avaliava as listas e escolhia os nomes. Quando um nome indicado não correspondia, era substituído”.
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Vereadores contemplados
Alfredo Martins e Juracy Francisco, o Jura (PT); Alfredo Moura, Carlos Eduardo Oliveira, Fernando Bispo e Roberto Rocha (Pros); Eronaldo José de Oliveira, o Ferrugem; e Paulo Lacerda, o Paulinho Alfaiate (Solidariedade); Diogo Batista (PTB); Perivaldo Oliveira Santana ,o Perivaldo do Gás (PSB); Marcelo Correia (PSDB); Rafael Barreto (PPS).