Política

Tendências: Dilma terá que montar nova agenda econômica

Aa petista terá também que montar uma nova equipe econômica já que a atual não conta mais com a credibilidade da comunidade econômica e financeira

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 27/10/2014 às 10:39

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A reeleição da presidente Dilma Rousseff por uma margem justíssima de votos acima da quantidade de sufrágios obtida por seu oponente Aécio Neves (PSDB) forçará a petista a fazer concessões programáticas para governar. Além de ter que montar uma agenda econômica voltada para o crescimento, a petista terá também que montar uma nova equipe econômica já que a atual não conta mais com a credibilidade da comunidade econômica e financeira, avaliou o cientista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortês.

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Para o analista, a vitória apertada de Dilma reflete a perda do capital político que ela herdou de seu antecessor e padrinho político Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Cortês, Dilma começou seu primeiro mandato com popularidade e capital político elevados. Mas na medida em que a presidente foi demonstrando dificuldades para manter os indicadores na mesma estatura recebida de Lula, seu capital político foi diminuindo.

A popularidade de Dilma diminuiu tanto que ela terminou a campanha eleitoral sem condições claras de reeleição. Foi reeleita, de acordo com o cientista político da Tendências, porque a economia não chegou a uma crise, de fato. "Dilma terá que apresentar uma agenda que confirme o crescimento econômico com melhoria das políticas públicas porque os questionamentos vão aumentar", disse Cortês.

A reeleição da presidente Dilma Rousseff a forçará a fazer concessões programáticas para governar (Foto: Dilma 13)

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Sobre a tese de que o ex-presidente Lula terá uma participação maior no segundo mandato de Dilma, especialmente na condução da política econômica, Cortês disse que isso vai depender muito dos nomes que comporão a nova equipe que traçará os rumos da economia. Para ele, Lula pode representar para o mercado a sinalização da retomada de uma política econômica em que o mercado poderá confiar, mas ele sozinho não será suficiente para resgatar a credibilidade perdida.

Frequentou neste domingo os noticiários a tese de que a ida de Lula a Brasília para acompanhar a apuração dos votos ao lado de Dilma seria uma forma de sinalizar para o mercado que o ex-presidente poderia assumir o papel de articulador da política econômica do segundo mandato de sua afilhada política. Comentou-se inclusive que o ex-presidente poderá assumir a missão de encontrar um "Henrique Meirelles" para o Banco Central do governo Dilma.

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