Política
O vice-presidente da República convidou para a reunião todos os deputados federais, governadores e senadores no exercício do cargo e eleitos, além da direção do partido
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Vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer convocou uma reunião ampliada do conselho político do partido para a próxima quarta-feira, 5, no Palácio do Jaburu. O objetivo oficial é unificar o partido sobre o discurso a ser adotado para a reforma política. Mas a ideia mesmo é começar a negociar uma estratégia para a retirada da candidatura para a presidência da Câmara do líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), desafeto da presidente.
Temer convidou para a reunião todos os deputados federais, governadores e senadores no exercício do cargo e eleitos, além da direção do PMDB. Será o início oficial da operação governista para desidratar a candidatura de Cunha. Nas negociações de Temer com o Palácio do Planalto, o desenho é deixar Senado com o PMDB e a Câmara com o PT, seguindo a tradição de dar o comando da respectiva Casa ao partido com maior bancada.
A presença dos deputados federais eleitos será a deixa para que o partido comece a tratar da sucessão do deputado Henrique Eduardo Alves (RN) na presidência da Câmara. Alves disputou o governo do Rio Grande do Norte e foi derrotado. Ele atribui o insucesso à participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do adversário Robinson Faria (PSD).
Dois dias após a derrota, Alves incluiu na pauta de votação da Câmara o projeto de decreto legislativo que sustou um decreto da presidente Dilma Rousseff que regulamenta o funcionamento dos conselhos populares. Há a avaliação no PMDB de que Alves está também por trás do anúncio da candidatura de Cunha à presidência da Câmara, uma decisão que causa profundo mal-estar no Palácio do Planalto. Numa negociação futura, ele poderia trocar uma vaga num ministério pela retirada da candidatura de Cunha. Para isso, precisaria da ajuda de Temer.
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Mas, de acordo com informações do Palácio do Planalto, são pequenas as chances de o atual presidente da Câmara se tornar ministro, mesmo que seja no lugar do primo, o senador Garibaldi Alves, da Previdência. É que a gestão de Alves frente à Câmara nunca foi do agrado da presidente Dilma Rousseff. Toda sua atuação foi de seguidos confrontos, desde o tempo em que era líder do partido na Câmara, antes de 2013.
Na lista de Dilma para a relação de ministros do PMDB há outros nomes à sua frente. Alguns deles são de Minas Gerais, como recompensa pela derrota de Aécio Neves para Dilma no Estado; ou do deputado Eliseu Padilha (RS). Um possível indicado pelo governador reeleito do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, também não é descartado, até para amenizar a influência de Cunha em seu Estado.
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Ciro
O ex-ministro Ciro Gomes também começa a entrar na bolsa de apostas. Seu nome tem sido lembrado para Cidades. Nos próximos dias a presidente Dilma terá uma reunião com o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) e com o governador eleito do Estado, Camilo Santana (PT). Quanto ao PP, de acordo com informação de auxiliares da presidente Dilma, o partido seria acomodado em outra pasta, ainda sem definição.