Política

TCU decide impedir publicação do edital de leilão 4G

O órgão de controle suspendeu cautelarmente a publicação até que o documento seja aprovado pelo plenário de ministros da Casa

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/08/2014 às 20:08

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta segunda-feira, 04, impedir a publicação do edital de leilão 4G na faixa de 700 MHz. O governo pretendia licitar a frequência na segunda quinzena de setembro. O órgão de controle suspendeu cautelarmente a publicação até que o documento seja aprovado pelo plenário de ministros da Casa. Até então, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estava autorizada a publicar a versão final do documento mesmo antes do aval do órgão, sem os valores de outorga da faixa. Agora, isso não será mais possível.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O edital da faixa de 700 MHz estava na pauta do TCU até a última sexta-feira e seria analisado na próxima quarta-feira, 06, em sessão sigilosa, a pedido da própria Anatel. Mas hoje o processo saiu da pauta, assim que a medida cautelar foi concedida. Oficialmente, o tribunal informou que solicitou mais informações e esclarecimentos sobre o documento à agência.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Chefe jurídico participou da reunião para fraudar CPI

• Alckmin diz que seu candidato à Presidência é Aécio

• Alckmin foi omisso em relação à Santa Casa, diz Skaf

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado apurou que a pressão das empresas pelo adiamento do leilão chegou aos ministros do TCU. As teles pedem para que a licitação não ocorra neste ano, pois o início do uso da faixa depende da saída das emissoras de TV que atualmente a ocupam em importantes regiões do País. O edital prevê que o serviço de 4G em 700 MHz só poderá ser iniciado 12 meses após a limpeza da frequência. Nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, principais mercados do País, isso só aconteceria em 2018. O custo da limpeza da faixa corresponderia a 30% do valor da outorga.

A reportagem apurou ainda que as recentes declarações do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, a respeito do leilão também prejudicaram as negociações com o TCU. Augustin afirmou que o governo esperava arrecadar integralmente o valor da outorga da faixa já neste ano, no ato da assinatura dos contratos. Já o edital aprovado pela Anatel autoriza que apenas 10% do valor seja pago à vista, podendo o restante ser dividido em quatro parcelas.

Continua depois da publicidade

Augustin disse também que a praxe no setor de telecomunicações é que a outorga seja paga à vista. Mas no leilão da faixa de 2,5 GHz, ocorrido em 2012, apenas uma das quatro teles fez essa opção. Mesmo com as pressões das companhias, o governo estava decidido a manter o leilão para setembro deste ano, para que arrecadação do certame ajudasse a tentar fechar as contas do Tesouro em 2014.

Após a disputa, os contratos devem ser assinado em 40 dias. Por isso, o pagamento de qualquer valor correspondente à outorga só ocorrerá este ano se o leilão for realizado até a metade do mês de novembro. Procurado pela reportagem, o presidente da Anatel, João Rezende, informou que a agência vai prestar todas as informações e esclarecimentos necessários à área técnica e ao ministro-relator do caso, Benjamin Zymler.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software