Política

Sírios escolhem presidente em meio à guerra

Alguns eleitores mancharam suas cédulas com sangue após perfurarem seus dedos com tachinhas fornecidas pelo governo, num ato simbólico de aliança e patriotismo

Publicado em 03/06/2014 às 13:12

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Agitando fotos de seu líder e dançando com bandeiras, dezenas de milhares de sírios prometeram renovar sua aliança com o presidente Bashar Assad ao votarem nesta terça-feira, em partes do país controladas pelo governo, durante a eleição presidencial considerada uma farsa pela oposição.

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Alguns eleitores mancharam suas cédulas com sangue após perfurarem seus dedos com tachinhas fornecidas pelo governo, num ato simbólico de aliança e patriotismo. Outros escolheram votar em frente dos demais eleitores e das câmeras de televisão em vez de escolher seu candidato atrás de uma cortina.

Homens e mulheres usavam broches com a fotografia de Assad e disseram que reelegê-lo dará ao líder sírio mais legitimidade para encontrar uma solução para o devastador conflito que já dura três anos e, segundo ativistas, já matou mais de 160 mil pessoas.

Mas mesmo em Damasco, os sons da guerra podiam ser ouvidos. O barulho de explosões reverberava ao longe enquanto forças pró-governo e rebeldes combatiam em cidades rurais próximas e a fumaça era vista na linha do horizonte.

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Agitando fotos de seu líder e dançando com bandeiras, dezenas de milhares de sírios prometeram renovar sua aliança com o presidente Bashar Assad (Foto: Divulgação)

A eleição acontece apenas em áreas controladas pelo governo. Uma vitória de Assad daria a ele um terceiro mandato de sete anos além de consolidar sua permanência no poder e fortalecer sua determinação de esmagar a insurgência contra seu governo.

O pleito é também a primeira eleição com vários candidatos em mais de 40 anos e é considerada pelo governo como um referendo que medirá o apoio de Síria a Assad. Em redutos do governo como Damasco e Latakia, a votação aconteceu num clima de carnaval, com os eleitores cantando e dançando enquanto declaravam sua lealdade ao presidente.

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Em Homs, a terceira maior cidade síria, a atmosfera era mais contida. O governo fala da eleição como a solução para o conflito no país, mas não há indicação de que o pleito vá conter a violência ou unir a Síria.

A eleição não acontece na maior parte do norte e leste do país, onde grandes partes do território estão sob o domínio dos rebeldes. Dezenas de milhares de sírios que vivem no exterior votaram na semana passada, embora muitos dos 2,7 milhões de refugiados espalhados pela região tenha decidido não votar ou foram excluídos pelas leis eleitorais.

O Ministério do Interior disse que há 15,8 milhões de eleitores aptos a votar, tanto dentro quanto fora da Síria, e que 9.600 centros de votação foram estabelecidos no país. As urnas devem ser fechadas às 19h (horário local), mas o ministério disse que a votação pode ser estendida por cinco horas, caso haja um grande comparecimento de eleitores. 

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