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No segundo dia oficial da campanha presidencial, o ex-governador José Serra, candidato do PSDB ao Senado em São Paulo, apresentou o senador Aécio Neves, candidato da sigla ao Planalto, aos pastores da Assembleia de Deus no Estado. O encontro, que reuniu cerca de 2.000 pessoas em um templo na bairro do Belém, zona leste da capital, foi organizado por Serra e pelo senador Aloysio Nunes Ferreira, candidato a vice na chapa nacional tucana. A atividade durou cerca de meia hora e não constou da agenda oficial de Aécio.
Os tucanos foram recebidos pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Aliado de Serra na campanha presidencial de 2010, o religioso indicou sua filha, Marta Costa (PSD), como segunda suplente de Aloysio na disputa pelo Senado em 2010. Questionado sobre o motivo de não ter incluído o compromisso em sua agenda, o senador desconversou. "Tudo que faço é absolutamente público "
Na semana passada, Aécio foi com a filha Gabriela ao Maracanã ver o jogo entre Alemanha e França também sem divulgação. Postou, horas depois, uma foto tirada dentro do estádio.
A passagem desta segunda-feira, 7, de Aécio pela Assembleia de Deus foi revelada também só depois, quando o pastor Bezerra divulgou uma foto em rede social.
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Quatro anos atrás, quando Serra disputou a Presidência contra Dilma Rousseff, a questão religiosa pautou boa parte da disputa no 2.º turno. Temas caros aos evangélicos, como o aborto, foram bastante explorados.
A dobradinha entre Serra e Aécio, que até pouco tempo eram rivais internos no PSDB, faz parte de uma estratégia traçada pelos coordenadores da campanha presidencial tucana. Segundo o ex-governador Alberto Goldman, coordenador da campanha de Aécio em São Paulo, a ideia é colar a agenda do senador mineiro nas de Serra e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sempre que o Aécio tiver agenda no Estado.
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No domingo passado, dia 6, primeiro dia oficial de campanha, a iniciativa deu resultado e Alckmin, Serra e Aécio foram juntos a um evento da comunidade japonesa na capital paulista. A ideia era mostrar união no maior colégio eleitoral do País.
Estratégia. Durante o período de pré-campanha, Aécio aproximou-se de aliados de Serra e Alckmin para garantir o engajamento dos tucanos em sua campanha em São Paulo. Aliados históricos de Serra, Goldman e o vereador Andrea Matarazzo foram chamados para comandar a campanha no Estado e na capital, respectivamente. Apesar da aproximação, Aécio angariou apoios entre deputados estaduais, prefeitos e vereadores e costurou uma estrutura independente de Alckmin para fazer campanha no interior do Estado.