bolsonaro / Facebook/Jair Messias Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou rebater nesta quarta-feira (13) às críticas de que busca interferir no comando da Petrobras com as sucessivas trocas no comando da estatal e argumentou que os presidentes não tinham "sentimento social".
Bolsonaro ainda ironizou as críticas por ter promovido quatro trocas na cúpula da estatal durante o seu mandato.
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"'Ah, ele trocou quatro vezes o presidente da Petrobras'", disse Bolsonaro a apoiadores, usando uma voz debochada para ironizar as críticas, para então arrematar: "Sim, e se precisar trocar cinco, eu troco", completou.
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O governo do presidente Jair Bolsonaro vem sofrendo desgastes por causa da alta da inflação, puxada em grande parte pelos reajustes dos preços dos combustíveis.
O mandatário então lançou nos últimos meses uma guerra retórica contra os governadores, a quem acusou de serem os responsáveis pelos preços dos combustíveis, por manterem alta a carga tributária, e também contra a Petrobras.
Em junho, logo após o último reajuste anunciado pela empresa, Bolsonaro intensificou a pressão pela demissão do então presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. O executivo acabou renunciando dias depois.
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"Sentimento social está previsto em lei", diz presidente Jair Bolsonaro passou nesta quarta-feira (13) mais de 45 minutos conversando com seus apoiadores no Palácio do Alvorada. Ao falar sobre a Petrobras, disse que nunca quis interferir no comando da empresa, mas que seus presidentes não estariam se preocupando com o preço da gasolina.
"Ninguém quer trocar presidente da Petrobras para interferir. A gente quer trocar porque ele não tem aquele sentimento social que está previsto em lei. Em momentos de guerra, tudo é diferente, até mesmo na casa de vocês, quando o marido ou a mulher perde o emprego, entrou orçamento de guerra. Olha, não vou mais comprar iogurte, não sei o que lá, não vai ser carne, vai ser galinha. Você se vira", afirmou o presidente.
Jair Bolsonaro afirmou que os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia são sentidos em todas as partes do mundo e que por isso os preços dos combustíveis estão altos. O chefe do Executivo também repetiu que está "tudo certo" para a compra de diesel mais barato da Rússia, negociação que teria começado durante a sua viagem ao país em fevereiro.
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Bolsonaro também voltou a criticar a diretoria da Petrobras por seus altos salários, e sugeriu que a alta dos preços é benéfico para eles porque eles aumentam os lucros.
"O que a gente muda a Petrobras é para a gente, o pessoal, todo mundo tem que procurar o mais barato. Não pode ficar lá um diretor ganhando R$ 100 mil por mês, um presidente R$ 200 mil por mês, numa boa. Essas pessoas não estão preocupadas com o preço da gasolina. E quanto maior for o preço dos combustíveis, mais lucram em cima de vocês, mais sobra dinheiro para acionistas", afirmou.
"Não é que a gente não quer que Petrobras tenha lucro. A gente quer que tenha lucro. Mas como estamos em época de guerra, o sentimento tem que ser diferente, é sacrifício para todo mundo. Agora, não faziam isso."
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O presidente também cobrou em tom irônico que ninguém o acusou de ser o responsável pela redução do preço dos combustíveis. Em uma articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o
Congresso Nacional aprovou proposta que estabeleceu um teto de 17% para tributos estaduais sobre combustíveis e outros itens, que passaram a ser considerados essenciais. A proposta vem resultando na redução dos preços.
Por outro lado, o presidente havia elaborado uma proposta para gastar cerca de R$ 30 bilhões para compensar estados que zerassem suas alíquotas. A proposta acabou se tornando num pacote de bondades de R$ 41 bilhões, no ano em que busca a reeleição.
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