Política

Rússia recusa “ameaças inaceitáveis” de John Kerry

Moscou acusou Kerry de recorrer a “clichês da Guerra Fria”, sem se preocupar em compreender os processos complexos que ocorrem na sociedade ucraniana

Publicado em 03/03/2014 às 14:37

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo considerou hoje (3) que as advertências feitas pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, quanto à atuação na Ucrânia são inaceitáveis.

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“Consideramos que as ameaças feitas à Rússia em uma série de declarações públicas do secretário de Estado norte-americano sobre os últimos acontecimentos na Ucrânia e na Crimeia são inaceitáveis”, destacou o ministério em declaração divulgada em sua página na internet.

Moscou acusou Kerry de recorrer a “clichês da Guerra Fria”, sem se preocupar em compreender os processos complexos que ocorrem na sociedade ucraniana. Kerry não conseguiu “avaliar objetivamente a situação, que continua a deteriorar-se depois da tomada do poder em Kiev por extremistas radicais”, acrescenta a nota.

Moscou acusa os Estados Unidos e seus aliados de fecharem os olhos à “russofobia e ao antissemitismo evidentes” dos manifestantes da oposição que tomaram o poder em Kiev. “Os aliados do Ocidente neste momento são abertamente neonazistas que atacaram igrejas ortodoxas e sinagogas”, diz o ministério na declaração.

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 Kerry não conseguiu “avaliar objetivamente a situação, que continua a deteriorar-se depois da tomada do poder em Kiev (Foto: Brendan Smialowski/Associated Press/Estadão Conteúdo)

Kerry, que deve ir a Kiev amanhã (4), advertiu a Rússia no sábado (1º) de que o envio de tropas para a Crimeia, no Sul da Ucrânia, podia implicar sua exclusão do G-8 (grupo formado pelos Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, França, Itália, o Reino Unido e Japão, mais a Rússia) e a aplicação de sanções internacionais.

Os outros membros do G-8 divulgaram declaração nesse domingo, lembrando que a sua participação na cúpula prevista para junho, em Sochi, não está assegurada.

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John Kerry acusou a Rússia de “violação da “soberania” e da “integridade territorial” da Ucrânia, assim como das “convenções internacionais”, ao decidir enviar tropas para a Crimeia.

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