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Urnas eleitorais foram encaminhadas neste domingo ao centro de contagem de votos no Afeganistão. Milhares de afegãos se dirigiram a mesquitas e escolas ontem para votar em um novo presidente e em conselhos provinciais e, apesar da ameaça feita pelo Taleban, as eleições nacionais transcorreram sem grande violência.
O presidente Hamid Karzai deixará o poder, já que a constituição o impede de disputar um terceiro mandato. Ele lidera o Afeganistão desde que o Taleban foi deposto, em 2001. Mesmo com reclamações sobre falta de cédulas e relatos de fraude, a comunidade internacional elogiou a votação e o elevado porcentual de comparecimento às urnas.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou comunicado exaltando os preparativos do Afeganistão para a votação e o desempenho das forças de segurança, que se empenharam na proteção das estações eleitorais.
Alguns casos isolados de violência, incluindo bombardeios, ataques com foguetes e tiroteios, teriam deixado pelo menos 20 mortos no sábado, mas não houve registro de grandes atentados.
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Autoridades eleitorais pediram paciência, dizendo que as reclamações estão sendo registradas e as cédulas estão em fase de apuração. Resultados parciais devem ser divulgados ainda neste domingo, mas é provável que leve pelo menos uma semana para o anúncio oficial do candidato eleito.
Thijs Berman, diretor da equipe de avaliação eleitoral da União Europeia (UE) em Cabul, disse que ainda é cedo para tirar conclusões, mas saudou a coragem dos eleitores afegãos. "Isso em si é uma vitória sobre a violência e uma vitória sobre todos aqueles que queriam impedir uma democracia com ameaças e violência", afirmou ele em entrevista por telefone.
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Especialistas, por sua vez, agora buscam sinais de possíveis acordos entre os oito candidatos, uma vez que é amplamente esperado que nenhum deles consiga a maioria necessária para ganhar no primeiro turno. "Precisamos e buscamos um compromisso político porque muitos candidatos representam o interesse de grupos étnicos específicos", disse Haroon Mir, analista político.