Política

Repasse de operador foi por consultoria, diz Dirceu

A Lava Jato suspeita que as consultorias de Dirceu podem ter sido usadas para ocultar pagamentos de propina

Publicado em 21/03/2015 às 11:54

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O total de R$ 1,4 milhão que a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, recebeu da Jamp Engenheiros Associados, em 2011 e 2012, foi referente a serviços de consultoria prestados à empreiteira Engevix Engenharia, em Cuba e no Peru. É o que afirmou ontem o ex-ministro, por meio de nota oficial.

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“A JD Assessoria e Consultoria assinou o contrato com a Jamp em março de 2011 também com o objetivo de prospectar negócios no exterior para a Engevix”, afirma a nota.

A Jamp pertence a Milton Pascowitch, acusado de operar propina para a Engevix na Diretoria de Serviços da Petrobrás, cota do PT no esquema de corrupção na estatal. Para a Operação Lava Jato, a contratação e os pagamentos são suspeitos.

Na quarta-feira, em depoimento à Justiça Federal, o vice-presidente da Engevix, Gérson de Mello Almada - preso desde 14 de novembro de 2014 - confirmou que contratou os serviços da JD, de Dirceu, para “lobby internacional”, Cuba e Peru. Negou que a consultoria fosse algum tipo de propina.

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Afirmou também que fez pagamentos Pascowitch, um lobista com capacidade para “abrir portas” na Petrobrás via seus contatos políticos do PT. O empreiteiro citou o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e o próprio Dirceu como contatos.

Repasse de operador foi por consultoria, diz Dirceu (Foto: Estadão Conteúdo)

“O empresário Milton Pascowitch, sócio da Jamp, trabalhou por 17 anos na Engevix. A JD manteve o trabalho de consultoria para a construtora por meio da empresa de Pascowicth”, informou a nota do ex-ministro da Casa Civil, que passou a ser consultor após se ver envolvido no escândalo do mensalão, caso no qual foi condenado e está, no momento, cumprindo pena em regime aberto.

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Pagamentos

Quebra de sigilo fiscal da JD mostrou que a Engevix pagou R$ 1,1 milhão, entre 2008 e 2011, para a JD, de forma mensal, com valores variando de R$ 20 mil a R$ 50 mil.

Investigadores da Lava Jato e o juiz federal Sérgio Moro consideraram “estranho” o fato de os pagamentos estarem amparados por contrato de seis meses, assinado em novembro de 2010, posterior aos primeiros depósitos. O documento contratual entregue pela própria defesa do ex-ministro registra ainda valor de R$ 300 mil.

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Com a nova informação de que os serviços para a Engevix incluíram pagamentos da Jamp, os investigadores da Lava Jato consideram que a JD conseguiu R$ 2,5 milhões da empreiteira, pelo lobby que sequer apresentou resultados, segundo afirma o sócio da empreiteira.

A Lava Jato suspeita que as consultorias de Dirceu podem ter sido usadas para ocultar pagamentos de propina. “As histórias, entre si, elas são conflituosas. A Engemix não admite que conhecia a relação da Jamp com a JD. Isso está no depoimento do (Gérson de Mello) Almada”, afirmou o procurador Carlos Fernando Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato.

Para a Justiça Federal, a defesa do ex-ministro entregou cópias do contrato assinado entre a Jamp e a JD e as notas fiscais com pagamentos, que foram mensais no período de dois anos.

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“O que temos é uma série de justificativas, para um relacionamento, que não batem. Cada vez que eles justificam, depois os fatos mostram o contrário. Um fala uma coisa, depois vem outro e fala outra coisa”, afirmou Carlos Lima.

“A JD Assessoria e Consultoria assinou o contrato com a Jamp em março de 2011 também com o objetivo de prospectar negócios no exterior para a Engevix. O empresário Milton Pascowitch, sócio da Jamp, trabalhou por 17 anos na Engevix. A JD manteve o trabalho de consultoria para a construtora por meio da empresa de Pascowitch. O valor do contrato era de R$ 1,5 milhão. A JD seguiu atuando nos mercados de interesse do cliente na América Latina, sobretudo Peru e Cuba, conforme confirmam os executivos da Engevix”, di a íntegra da nota de Dirceu.

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