ELEIÇÕES 2022

'Quero ser o candidato do Rodrigo Garcia ao Senado', diz Professor HOC

Pré-candidato ao Senado pelo Podemos explica por que se considera um dos favoritos para compor a chapa do governador de São Paulo

Bruno Hoffmann

Publicado em 27/07/2022 às 21:19

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Professor HOC / Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

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O deputado estadual Heni Ozi Cukier, que passou a assinar como Professor HOC para facilitar a vida dos eleitores, planeja concorrer ao Senado pelo Podemos nas eleições deste ano. Para isso, pretende convencer o governador e pré-candidato à reeleição Rodrigo Garcia a aceitar seu nome na chapa comandada pelo PSDB.

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O processo de persuasão, por ora, parece que está sendo bem-sucedido. O professor e cientista político que se tornou parlamentar em 2019 vem acompanhando o governador em agendas pelo interior do Estado e posando em fotos divulgadas pelo próprio tucano.

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De acordo com apuração da reportagem, dois nomes do PSDB também pretendem concorrer ao cargo (José Aníbal e Fernando Alfredo), além da vaga poder ser dada a algum indicado do MDB ou do União Brasil.

Em entrevista à Gazeta e ao Diário do Litoral, em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o parlamentar afirma acreditar ser o favorito de Garcia, por trazer o "melhor pacote completo" para compor a chapa paulista.

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Sobre os concorrentes, ele disse que a imprensa tem soltado alguns nomes, "mas nas rodas eu não escuto nem sobre o Zé Aníbal". "Quem tem dito com consistência, com constância, que quer ser candidato sou eu. Eu quero ser o candidato do Rodrigo ao Senado".

"Ele precisa tirar voto da direita e da esquerda, e eu tenho voto na centro-direita e na centro-esquerda, além de quase não ter rejeição", destaca o deputado, além de exaltar seu tamanho nas redes sociais para agregar força à pré-campanha tucana.

Sobre Garcia, HOC diz ser neste momento o político mais técnico do Brasil, e que tem outras qualidades que deverão agradar os paulistas. 

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"Ele é de São Paulo, tem uma história de trabalho sério e não é uma cara ideológico. Ele não ficou na briga de direita e esquerda no momento de polarização. Rodrigo é um cara que gosta de resolver o problema, e São Paulo é pragmático", analisa.

Por isso, ainda segundo sua visão, o atual governador chegará ao segundo turno contra o petista Fernando Haddad e vencerá as eleições.

"Ele é habilidoso politicamente e tem um histórico fantástico para mostrar. E o estado e São Paulo é mais à direita, então acho muito difícil o Haddad ganhar no segundo turno", diz, com convicção.

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As prévias tucanas que vão oficializar a candidatura de Garcia e poderão anunciar o nome ao Senado serão realizadas neste sábado (30), na Capital.

Consistência nas redes

Um dos orgulhos de Professor HOC na política é de ter bom trânsito na centro-esquerda à centro-direita, ter um perfil técnico e de não apelar para "lacradas e mitadas" para conseguir se destacar pelas redes sociais.

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Professor de Relações Internacionais na ESPM de São Paulo, hoje Cukier tem 566 mil inscritos pelo canal do YouTube, 334 mil seguidores pelo Instagram e se tornou habitué em podcasts que pretendem debater a política nacional e internacional.

"Os algoritmos privilegiam a viralização e o compartilhamento, que são aquilo que mais mexe com o fígado, com as emoções, e eu não entrego isso. Mesmo assim consegui crescer. Meu crescimento é mais real e menos emocional, menos do circo, menos da fanfarra", explica.

Com esse perfil, conseguiu ter três leis sancionadas na Alesp já em seu primeiro mandato na Casa, iniciado em 2019.

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Os seus projetos que se tornaram leis são a política estadual sobre drogas, o contra os fura-fila da vacina na pandemia e o que pune mais severamente quem comete crime de corrupção durante o estado de calamidade. Além disso, foi o relator da reforma da Previdência estadual.

O momento mais "polêmico" que teve na Casa foi quando foi mordido pelo colega Luiz Fernando (PT) ao tentar separar uma briga na Alesp. "Ele me disse que entrou em pânico, depois me pediu desculpas. Está tudo certo", garante.

Ida ao Podemos

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Cukier saiu do Novo rumo ao Podemos em março deste ano para integrar a chapa que contaria com Sergio Moro à Presidência e com Arthur do Val ao governo estadual. O plano, porém, como se sabe, não deu certo. Moro foi proibido de concorrer por São Paulo e Arthur perdeu os direitos políticos após falas sexistas sobre mulheres ucranianas.

Professor HOC, porém, garante não ter se arrependido da troca de sigla.

"A minha decisão de sair do Novo havia sido feita algum tempo antes. Apesar de ser um partido que tem muito a contribuir para a política brasileira, o Novo ainda está em um processo muito inicial de entendimento. A política é um ambiente coletivo, plural, de diálogos, negociaçõs e alianças, e o Novo não participa disso", afirma.

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Questionado se o discurso de "nova política" propagado pelo Novo teria sido um equívoco, ele concorda.

"Não acredito em nova política e nem em velha política. Eu acredito na boa política e na política ruim (...) Numa democracia você precisa interagir e negociar com aqueles que você discorda totalmente ou até detestas ideias deles".

Lula e Bolsonaro

O pré-candidato ao Senado não decidiu ainda em quem vai votar para presidente, mas garante que não dará seu voto nem no segundo turno ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para eles, ambos são "líderes de seita".

Crítico a Bolsonaro, a quem deu o voto no segundo turno de ele 2018, ele diz que de liberal o presidente não tem quase nada além do discurso e de ações pontuais. "Ele ele é estatizante, ele é populista, ele é corporativista", elenca.

Segundo sua análise, Lula seria ainda pior por ser mais sofisticado do que Bolsonaro, e não acredita que o petista seja mais democrático do que o atual presidente.

"O Lula tentou dar um golpe na democracia. Não se pode usar uma empresa pública para financiar campanhas em valores absurdos, não se poe comprar deputados para se manter no poder. Isso não é ser democrata".

"O Bolsonaro é uma coisa mais bruta, mais na cara dura. O Lula é mais mascarado, é mais maquiado, e, por isso, mais perigoso", completa a comparação.

Por fim, apesar disso, Professor HOC diz temer que uma derrota de Bolsonaro neste ano possa causar uma tentativa de golpe à democracia no País.

"Ele vai repetir a cartilha do Donald Trump, e o Brasil não tem a estrutura intitucional que os Estados Unidos têm. Me preocupa [em caso de derrota de Bolsonaro] se a polícia militar do Distrito Federal vai cumprir a ordem de proteger o prédio do STF, e se o presidente vai então autorizar que o Exército faça a segurança do local. E se botarem fogo no prédio do STF? É algo que poderemos ter que lidar", analisa.

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