Política

PT pretende usar protesto para desgastar governo tucano em SP

O Sindicato dos Metroviários, que lidera a organização do ato, admite que vai usar o coro "Fora Alckmin" nas ruas. Outras 20 entidades participarão da manifestação

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 13/08/2013 às 22:37

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O ato contra desvios de recursos e suspeitas de envolvimento de agentes públicos em licitações do Metrô e da CPTM, marcado para a tarde desta quarta-feira, 14, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, será usado pelo PT para tentar desgastar politicamente o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O Sindicato dos Metroviários, que lidera a organização do ato, admite que vai usar o coro "Fora Alckmin" nas ruas. Outras 20 entidades participarão da manifestação.

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Protagonistas dos protestos de junho, o Movimento Passe Livre (MPL), que também participa do ato, não pretendem restringir suas críticas ao PSDB. Petistas, porém, farão jogo duro para politizar o debate e cobrar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas de envolvimento de tucanos no caso. A CUT-SP vai fazer coro à mensagem que o PT levará às ruas.

"Queremos uma CPI na Assembleia. Uma CPI contra a corrupção envolvendo o PSDB. Não dá para esse caso ficar sem apuração", afirmou o líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Luiz Cláudio Marcolino. "A CUT não está pedindo impeachment do governador. O que queremos é apuração dos fatos. Há indícios, denúncias, e a CUT vai pressionar os deputados para abrir uma CPI e aprofundar a investigação", reforçou o presidente da CUT paulista, Adi dos Santos.

Além do evento no Anhangabaú, está programado outro protesto em frente à Assembleia, para cobrar a abertura da CPI para o caso, com organização da Central de Movimentos Populares (CMP). A militância petista tem sido chamada para as ruas desde a última sexta-feira, quando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, batizou o episódio de "trensalão" ou "propinoduto". "Chega de tucanos em São Paulo", disse. Em reunião nesta terça-feira com centrais sindicais, o partido fechou sua pauta para o dia de protestos.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deverá ser alvo de protestos nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)

Teto de vidro

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres, disse que o PT também poderá ser alvo no protesto de hoje no centro da capital. Ele avaliou que o ato engloba causas maiores, como a corrupção, e prevê que o mensalão - que volta à pauta do Supremo Tribunal Federal hoje - também seja alvo de críticas no evento. "Tanto o mensalão como o que a gente chama de propinoduto em São Paulo, os dois tem que ser combatidos", disse o presidente do sindicato. "Então com certeza vai ter menção, sim, ao ‘Fora Alckmin’, ao mensalão, e a toda corrupção que está colocada em São Paulo e no Brasil".

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O MPL, que apoia o ato, afirmou que não vai se posicionar no debate político. "Nossa causa é contra a forma como o transporte é ferido para dar lucro para o empresário", disse a componente do movimento Nina Capello. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que promete levar mais de 2 mil pessoas ao ato, quer denunciar "desvio de recurso público, falta de investimento em serviços públicos decentes, não só em relação ao transporte, mas à saúde, habitação, moradia", diz Guilherme Boulos, membro da coordenação do MTST. "Mas o tom da manifestação que pensamos não é o tom petista, não é o tom eleitoral. O PT também pode ser cobrado como governo", afirma. Mais de 7,3 mil pessoas confirmaram presença no ato no Facebook até as 20h30 desta terça-feira.

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