Continua depois da publicidade
O governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), que deve concorrer à Presidência na companhia da ex-ministra Marina Silva (PSB), é um neófito (novato) na questão ambiental. A avaliação é do pré-candidato do PV ao Planalto, o ex-deputado Eduardo Jorge. "A preocupação ambiental de Campos é muito recente. Ele próprio reconhece que no período anterior não teve essa preocupação e que só agora começou a incorporar teses como o uso de energia renovável e ampliação das unidades de conservação no País. Ainda não sabemos até que ponto isso vai refletir no programa dele", disse Eduardo Jorge ao jornal O Estado de S. Paulo.
Apresentado em fevereiro como pré-candidato do PV à Presidência, o ex-deputado deve ser confirmado na disputa em junho, quando terá consolidado um programa de governo. Até lá, já começa a ensaiar o discurso político que deve diferenciá-lo de Campos e Marina, mais conhecida ambientalista do País.
Amigo da ex-ministra desde os tempos em que militaram no PT e um de seus principais assessores na campanha de 2010, quando ela obteve mais de 19 milhões de votos pelo PV, Jorge é cauteloso ao falar de Marina. "É uma pessoa maravilhosa, inteligente, linda, uma liderança ambientalista mundial, com quem fiz uma campanha memorável em 2010."
Quando provocado, porém, afirma que foi precipitada a forma como a ex-ministra deixou o PV, logo após as eleições, e critica o processo de criação da Rede Sustentabilidade. "A Marina tem em torno dela um grupo de assessores que quer um partido à imagem e semelhança dela. Num país com 200 milhões de habitantes, com diferenças que vão do Amazonas ao Rio Grande do Sul, isso não existe."
Continua depois da publicidade
Sem tutela. Sobre o efeito da pregação ambiental de Marina em relação ao governador, Jorge disse: "Não acredito que o Eduardo seja tutelado pela Marina. Não acredito, aliás, que ele aceite qualquer tipo de tutela".
Ainda na área ambiental, o ex-deputado criticou a presidente Dilma Rousseff. "O que pensar de um governo que apostou todas as fichas num projeto energético baseado na indústria do petróleo, uma indústria fadada a se tornar obsoleta daqui a algumas décadas? Isso reflete um descrédito profundo em relação ao desenvolvimento sustentável."
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade