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A decisão do governo de São Paulo de não aceitar negociar com os metroviários, a três dias do início da Copa do Mundo, acendeu uma luz vermelha para governo federal. O Palácio do Planalto considerou que houve "intransigência" por parte do governo paulista, em não aceitar a proposta dos grevistas de suspender as demissões para que o serviço público pudesse voltar à normalidade.
O governo federal manterá as gestões junto ao governo paulista para tentar convencê-lo a recuar, pois o atual momento é considerado "crítico". "Eles estão loucos para acabar com a greve. Precisa apenas de um gesto das autoridades paulistas. Estamos no limite de tempo. É preciso encerrar esta greve", observou um interlocutor da presidente Dilma Rousseff.
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A preocupação do Planalto, no entanto, não é só em relação a São Paulo. Os metroviários do Rio de Janeiro estão ameaçando entrar em greve também e o governo federal está apelando ao governo do Rio para chegar a um entendimento. "Este não é momento de radicalizar", disse ao Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, outro auxiliar da presidente. Ele teme que, com a queda de braço entre governos e grevistas, possa haver um problema grave de mobilidade durante a Copa, nas duas principais cidades-sede.
A manutenção da greve em São Paulo é considerado "o pior cenário possível" pelo governo federal. Embora exista um "Plano B" para o transporte, que é a utilização apenas de ônibus e da parcela do metrô que estiver em funcionamento, para o Planalto "este cenário é ruim". O governo federal reconhece que "não tem Plano B bom", no caso de São Paulo.
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Nesta segunda-feira, 09, durante todo o dia, houve negociações entre Brasília e São Paulo. Um dos canais usados para tentar solução para os problemas foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que conversou inúmeras vezes com o secretário de segurança paulista, Fernando Grella. Mas, ao final do dia, as ponderações de Cardozo não prevaleceram.
"Vale a pena reverter as demissões. É um caminho. Precisamos fechar um acordo o quanto antes", observou um dos interlocutores de Dilma, ao citar que o governo de São Paulo está "se pegando em detalhes" ao não negociar para reverter as demissões. Na avaliação desse interlocutor, o problema é que, além de o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-S), o "Paulinho da Força", estar "incendiando" as lideranças do Metrô, as outras centrais se veem obrigadas a apoiar a greve. Até agora, não há previsão de a presidente Dilma telefonar para o governador Geraldo Alckmin para pedir o fim da greve. Por enquanto, tais entendimentos estão nas mãos de Cardozo.
Neste momento, na avaliação do Planalto, os problemas causados pelos demais movimentos que programavam manifestações contra a Copa já foram superados, já que o governo conseguiu chegar a um entendimento com tais setores. É o caso do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). A previsão é que ocorram manifestações, mas todas consideradas contornáveis. A preocupação grave, neste momento, envolve a greve do metrô de São Paulo e, em segundo lugar, a greve de metroviários do Rio.
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