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O governo deseja que a CPI do Senado sobre a Petrobras seja instalada na semana que vem ou, no máximo, até o dia 20 de maio. A informação foi dada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), após reunião de líderes partidários governistas realizada hoje com o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, no Palácio do Planalto. A ideia de instalar logo a CPI no Senado faz parte de uma estratégia que tem por objetivo impedir a instalação da uma CPI mista, do Senado e da Câmara, iniciativa que vem sendo defendida pela oposição e que poderia causar ainda mais problemas para o governo.
"Vamos aguardar a comunicação do Supremo (Tribunal Federal) e o pedido do presidente do Senado (Renan Calheiros) para indicar seus integrantes", disse o Humberto Costa. Calheiros (PMDB-AL) deve desistir de recorrer ao plenário do STF sobre a decisão da ministra Rosa Weber de determinar que a CPI investigue somente a Petrobras. Na avaliação da cúpula do partido, o desgaste de questionar a decisão da ministra, que determinou a imediata instalação da comissão, foi empurrada para "a conta" do partido. O próprio PT, da presidente Dilma Rousseff, desistiu de apelar ao STF para tentar inviabilizar as investigações.
Humberto Costa justificou que o procedimento é necessário pois envolve a decisão de um poder (Judiciário) sobre questões de outro (Legislativo). Segundo o líder, depois da comunicação do STF, "cada um dos partidos, dos blocos, vai sentar e discutir quais são os seus nomes. Rapidamente formaremos a CPI e colocaremos a comissão em funcionamento".
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O senador disse que ainda não houve discussão sobre os nomes da relatoria e da presidência da comissão do Senado, assunto que ainda será tratado entre os partidos e os blocos de sustentação do governo. "O PMDB vai definir quem quer a relatoria e qualquer decisão do partido que tem maioria será acatada", avisou.
Humberto Costa disse ainda que o governo quer instalar também uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de apurar o caso Alstom, envolvendo suposta prática de cartel em licitações do metrô de São Paulo durante governos do PSDB. "E a primeira assinatura que vamos colher é a do senador Aécio Neves (PSDB-MG)", ironizou Costa.