Política

Patrimônio de Nuzman dobrou antes dos Jogos e inclui barras de ouro

O dirigente, preso na manhã desta quinta-feira (5), é investigado por pagamento de propina para obter votos para o Rio na escolha da sede da Olimpíada de 2016

Folhapress

Publicado em 05/10/2017 às 13:01

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Dados da Receita mostram que o patrimônio de Carlos Arthur Nuzman dobrou entre 2013 e 2014 / Agência Brasil

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Relatório da Receita Federal mostra que o patrimônio do presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, dobrou entre 2013 e 2014, início do ciclo olímpico dos Jogos no Rio. O dirigente, preso na manhã desta quinta-feira (5), é investigado por pagamento de propina para obter votos para o Rio na escolha da sede da Olimpíada de 2016.

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Os dados mostram que o dirigente disse à Receita ter R$ 8,4 milhões em bens em 2014, o dobro dos R$ 4,2 milhões declarados no ano anterior. Em 2015, Nuzman informou às autoridades ter R$ 9,1 milhão em patrimônio, e reduzido no ano passado para R$ 7,3 milhões.

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O salto de 2013 a 2014 foi justificado, em quase sua totalidade, com ações de companhia sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

A Procuradoria afirma que as declarações de imposto de renda de Nuzman não registram remuneração do comitê organizador da Olimpíada. O dirigente justifica o crescimento patrimonial a recebimentos de pessoas físicas e do exterior, sem maiores informações.

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O Ministério Público Federal diz também que o dirigente fez uma retificação de seu imposto de renda após a deflagração da Operação Unfair Play. Neste ato, declarou ter 16 barras de ouro, de 1 kg cada, depositadas num cofre na Suíça no valor de R$ 1,5 milhão. Também informou à Receita os R$ 480 mil em espécie encontrados na sua casa, em cinco moedas diferentes.

A alteração na declaração às autoridades fiscais foram interpretadas como uma tentativa de obstruir as investigações.

Prisão

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A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira Nuzman, e Leonardo Gryner, seu braço direito no comitê organizador da Rio-16. Os dois são suspeitos de atuarem na compra de votos para a escolha da cidade para sediar os Jogos.

A operação é um desdobramento da Operação "Unfair Play", que investiga a compra do voto de Lamine Diack por US$ 2 milhões. O empresário Arthur César Soares de Menezes, foragido há um mês, foi o responsável por pagar a quantia semanas antes da escolha, em outubro de 2009, em Copenhague, de acordo com as investigações.

E-mails indicam, na interpretação da Procuradoria, que um valor mais alto foi pago meses após a escolha da cidade como sede dos Jogos.

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