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O passaporte de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas da estatal, foi entregue à Justiça Federal do Paraná na tarde desta terça-feira. Único beneficiado com a decisão do ministro Teori Zavascki de liberar os presos e suspender as investigações da Operação Lava Jato, Costa passou o dia no Rio.
Um funcionário e vizinhos do condomínio de alto padrão onde Costa reside informaram que o executivo chegou ao local, na Barra da Tijuca, zona oeste, por volta das 22 horas. Sob a condição de anonimato, eles também afirmaram que Costa deixou a casa antes das 7 horas. A suspeita é que ele tenha deixado a cidade em direção à cidade de Itaipava, na serra fluminense, onde tem dois imóveis.
Um dos advogados do executivo, Fernando Fernandes, confirmou o interesse de Paulo Roberto Costa de permanecer "recolhido". "Ele disse que tiraria 10 dias para se recuperar física e mentalmente e só então resolveria a sua defesa. Nada mais justo", contou. Fernandes afirmou também que já entregou o passaporte de Paulo Roberto Costa à Justiça Federal do Paraná, uma determinação do ministro Teori Zavascki.
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De acordo com o despacho, o ex-diretor da Petrobras deve permanecer em seu local de domicílio. Para o advogado, não haveria problema se Paulo Roberto Costa decidisse ficar em Itaipava. "Ele tem imóveis lá e é também seu domicílio", avalia. A informação, entretanto, não foi confirmada pelo novo advogado, Nélio Machado, que assumiu a defesa de Paulo Roberto Costa na última semana. Segundo ele, o executivo permaneceu em Curitiba, onde recebeu a visita de familiares.
Durante todo o dia, o clima no condomínio do executivo foi de normalidade e desconfiança dos vizinhos. O local é protegido por duas guaritas de segurança e controle de acesso. Os imóveis, embora não ostentassem luxo, tinham alto padrão de conforto.
Na casa de Costa, houve movimento normal de funcionários durante todo o dia, segundo uma vizinha próxima. Alguns moradores aproveitaram a presença dos repórteres para fazer comentários irônicos sobre o vizinho suspeito de comandar um esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 10 bilhões. "Vou pedir R$ 100 mil a ele pra trocar de carro", disse uma senhora, em referência ao automóvel que Paulo Roberto Costa recebeu do doleiro Alberto Youssef. O veículo, orçado em R$ 250 mil, foi apreendido pela Policia Federal. O doleiro, que continua preso, é suspeito de comandar o esquema que tinha Paulo Roberto Costa como elo no governo para garantir o direcionamento de licitações e contratos da Petrobras.
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