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O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) criticou nesta quarta-feira o que chamou de "ineficiência" do sistema de saúde no Brasil por parte do governo federal. Serra, que foi ministro da Saúde, reuniu-se com dirigentes da Associação Médica Brasileira (AMB) e assinou uma proposta de iniciativa popular que estabelece vinculação de 10% da receita bruta federal para a saúde. Além de mais verbas para a saúde, Serra defendeu um melhor uso da verba para o setor e combate à corrupção.
"Há um aumento da ineficiência do sistema (de saúde). Isso está em parte ligado ao loteamento (político). Tem que ter mais recursos (para a saúde), ser melhor utilizado, cortar os canais de corrupção e acabar com o loteamento na saúde. Não é possível que o setor de saúde seja objeto de troca-troca político para obtenção de benefícios de poder", criticou o tucano.
Para Serra, nos últimos dez anos - marcados pela ascensão do PT ao governo federal, partido ao qual faz oposição - a melhora na aplicação das verbas de saúde foi deixada de lado. "Isso ficou para trás no Brasil na última década", afirmou "Tem instituições importantes para a saúde, como é o caso da Fundação Nacional da Saúde, a Funasa, ou a Agência Nacional de Vigilância sanitária, que são instituições que foram degradadas. A Funasa passou a ser lugar geométrico de corrupção e de descalabro no Pais", disse.
Serra criticou também o programa Mais Médicos do governo federal, afirmando tratar-se de uma jogada midiática. "Quer mais médicos, contrata", resumiu. Segundo o tucano, o objetivo do governo federal foi transferir a culpa da ineficiência da saúde aos médicos. "O que foi feito foi abominável, que foi buscar satanizar uma categoria", criticou.
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Congresso
A proposta de iniciativa de lei assinada por Serra será enviada ao Congresso no início da semana que vem. Indagado se iria ao Congresso defender a proposta, Serra concordou. "Se for convidado, vou", disse. Para Serra, as bancadas do PSDB e do PMDB devem apoiar a proposta.
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Serra não quis falar sobre um possível futuro político no ano que vem, alegando que não quer contribuir para o adiantamento do processo eleitoral. "Minha disposição é de continuar participando no debate nacional e contribuir com isso. Acho cedo para falar de questão partidária. Acho prematuro antecipar o debate. No Brasil pagou-se um preço caro por antecipar o debate e eu não vou contribuir para isso", afirmou.