Política
O senador afirmou que o PMDB não é contrário a um eventual aumento da carga tributária, mas o entendimento do partido é de que isso só poderá ocorrer após o corte de gastos do governo
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender nesta quarta-feira (9) que o governo primeiro corte gastos antes de propor aumento de impostos.
Segundo Renan, esta é a posição defendida pelo PMDB e que foi ratificada por governadores e ministros do partido que participaram de um jantar, nesta terça (8), com o vice-presidente da República Michel Temer.
"Foi uma conversa boa com os governadores. Os governadores estão preocupados com a situação financeira e fiscal dos Estados. Não é para menos, há uma crise muito grande, há uma preocupação muito grande dos governadores e o partido entende que o dever de casa que deve ser feito é cortar despesas, extinguir ministérios, cortar gastos em comissão e só depois pensar em ampliar o espaço fiscal", disse Renan nesta quarta.
O senador afirmou que o PMDB não é contrário a um eventual aumento da carga tributária, mas o entendimento do partido é de que isso só poderá ocorrer após o corte de gastos que o governo deve promover.
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"O PMDB não tem uma posição de defesa com relação à necessidade urgente da elevação da carga tributária e do aumento de imposto, não. Isso é uma coisa que mais adiante pode ser discutida, mas há uma preliminar que é o corte de despesa, a eficiência do gasto público, e é isso que precisa, em primeiro lugar, ser colocado", afirmou.
Para aumentar a arrecadação, o governo estuda pelo menos duas ideias em relação ao Imposto de Renda. Uma delas seria criar uma quarta faixa de cobrança para pessoas de renda mais alta, com alíquota entre 30% e 35%. Outra seria aumentar a tributação de pessoas que recebem rendimentos de suas próprias empresas, que pagam 4% a 5% de IR em vez da alíquota de 27,5% cobrada dos assalariados da faixa de renda mais alta existente hoje.
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De acordo com o senador, apesar da grande dificuldade dos Estados para pagar suas contas, os governadores concordaram que, para suprir o deficit fiscal, é preciso primeiro fazer o corte de despesas, apesar de terem defendido a recriação da CPMF.
A proposta foi abandonada pelo governo federal após a repercussão negativa de empresários brasileiros.
Pressão
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Segundo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que também participou do encontro, os governadores relataram que estão sofrendo grande pressão com o aumento de gastos devido ao pagamento de pessoal, aposentados e pensionistas.
"É natural que qualquer governador está atrás de boias de salvação. Mas o problema de um aumento de impostos é que pode ser um tiro pela culatra porque nem sempre isso significa aumento de arrecadação", disse.
Após o jantar, Temer afirmou que uma proposta de criação de receitas para evitar um deficit nas contas públicas no ano que vem deve partir do governo federal, e não do Congresso Nacional.
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Segundo os presentes, o peemedebista relatou conversa que teve com o ex-ministro Delfim Netto sobre a ideia de aumentar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), imposto cobrado sobre combustíveis.
No discurso, ele afirmou que ficou impressionado com a proposta, mas evitou fazer uma defesa pública da ideia.
Ao ter evitado defender o aumento da Cide, a impressão de peemedebistas que estavam no encontro é de que o vice-presidente recuou do aumento da tarifa após conversa no inicio da noite desta terça-feira com a presidente Dilma Rousseff.
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