Política

Para Marina, Dilma já foi 'saída' pelas forças tradicionais da política

Para a ex-senadora, a presidente não é mais reconhecida como líder "pelas forças políticas tradicionais, entre as quais parte de seu próprio partido"

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/08/2015 às 15:15

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Em artigo publicado nesta quarta-feira (19), a ex-senadora Marina Silva (PSB) afirmou que agentes que "estão se mobilizando para além da velha polarização política" entendem que "não é estratégico nem correto reduzir seus esforços a um simples 'fora Dilma' porque sentem, de certa maneira, que a petista "já foi 'saída'". O texto foi publicado no portal UOL, do Grupo Folha, que edita a Folha de S.Paulo.

Para Marina, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais do ano passado, Dilma não é mais reconhecida como líder "pelas forças políticas tradicionais, entre as quais parte de seu próprio partido" e foi "saída, enfim, pelas lições que insiste em não querer aprender".

À sua forma, a ex-senadora também criticou o que chama de acordos de ocasião e os que veem a crise como "sinônimo de oportunidade". "Buscam melhorar seu cacife no jogo do poder, enquanto a sociedade está nas ruas questionando, cada um à sua maneira, o estrago que esse jogo faz, e tenta continuar fazendo, na vida do país e dos cidadãos", escreveu.

"O vaivém de manobras no espaço institucional para proteger pessoas e grupos só agrava a instabilidade política, social e econômica, e gera revolta", concluiu.

As posições de Marina vêm após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fazer um aceno ao Planalto e sugerir a Dilma uma série de projetos, batizada de "Agenda Brasil".

Para Marina Silva, a presidente Dilma Rousseff já foi 'saída' pelas forças tradicionais da política(Foto: Agência Brasil)

A nova posição de Renan deu certo fôlego à presidente e arrefeceu a pressão sobre a petista na última semana.

Marina defendeu as manifestações de domingo (16) e disse que "a honestidade impõe reconhecer que as ruas mostraram uma monumental e muito relevante insatisfação contra a corrupção e a mentira entranhadas nas instituições e nas relações de poder".

A ex-senadora encerrou o texto dizendo que o desafio dos que se opõem ao governo agora é "deixar cada vez mais claro que estão se movimentando para dar suporte não a forças retrógradas, mas à chegada de um novo tempo, sonhado e inscrito na Constituição resultante de nossa jovem democracia".

"E, para tanto, é preciso fazer ecoar uma nova cultura política, não de alinhamento automático e subalterno a "salvadores da pátria", sejam eles quem forem. Mas de independência, da ética, da radicalidade da democracia, na defesa da investigação com autonomia, da punição por respeito à justiça e não por sentimento de vingança, na busca do diálogo legítimo, que não seja apenas uma armadilha para encurralar e dobrar adversários", finalizou.

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