Política

Para Loyola, governo Lula colheu bem, mas plantou pouco

O ex-presidente do Banco Central afirmou que houve retrocessos nos últimos anos e que é preciso "retomar o fio da meada"

Publicado em 12/03/2014 às 13:19

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O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria Integrada, fez críticas nesta manhã à gestão atual da economia durante evento realizado pelo Instituto FHC e avaliou os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um governo que "plantou pouco".

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"Em 2002 havia a percepção de que um novo governo, do PT, poderia arrancar todas aquelas árvores que haviam sido plantadas. O governo Lula foi inteligente: não derrubou as arvores, foi muito bom para colher os frutos", disse Loyola, em referência às conquistas econômicas da época da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Agora, será que ele plantou alguma coisa? Muito pouco", completou. "De 2008 para cá começamos a cortar as raízes das árvores, criar situação em que essas árvores em algum momento acabarão morrendo por falta de cuidados."

Loyola afirmou que houve retrocessos nos últimos anos e que é preciso "retomar o fio da meada". "A expansão fiscal dos bancos centrais serviu de pretexto no Brasil para demolir políticas que caracterizavam estabilidade monetária", disse o ex-presidente do Banco Central, mencionando a tentativa também de "obter a qualquer custo redução dos juros". De acordo com ele, desde 2008 o Brasil começou a flertar e adotar políticas "muito heterodoxas".

Ele criticou a chamada "nova matriz econômica". "Perdemos transparência fiscal, reduzimos artificialmente taxas de juros, relativizamos o conceito de meta para inflação, houve intervencionismo exagerado no mercado de cambio, uso abusivo dos bancos públicos".

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Gustavo Loyola avaliou os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um governo que "plantou pouco" (Foto: Divulgação)

Como resultado de "erros" na gestão econômica, de acordo com Loyola, o País vive inflação elevada e perda de credibilidade. "As instituições monetárias e fiscais estão mancas, mas há tempo para serem reparadas", completou.

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