Política

Para Alckmin, plano de rodízio da Sabesp é 'inadequado'

O governador de São Paulo voltou a repetir que o rodízio poderia danificar as tubulações da Sabesp, causando desperdício e contaminação da água

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 07/08/2014 às 15:03

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 7, que o rodízio de água elaborado em janeiro pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e entregue ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) para ser aplicado na região abastecida pelo Sistema Cantareira "é tecnicamente inadequado".

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"É totalmente inadequado (o rodízio), eu diria. Se fizesse o racionamento hoje não teria um ganho a mais. O que nós fizemos já em termos de uso racional da água equivale a um racionamento de 36 horas com água e 72 horas sem água. Perderia o esforço de quase 90% da população evitando o desperdício", afirmou Alckmin. No balanço parcial de julho divulgado pela Sabesp, 76% reduziram o consumo de água na Grande São Paulo.

O plano de rodízio no Cantareira foi revelado pelo Estado nesta quinta-feira. No documento, a Sabesp afirma, em janeiro, que "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento dos mananciais". À época, o Cantareira estava com cerca de 25% da capacidade. Nesta quinta, o índice é 14,4% incluindo uma cota de 182,5 bilhões de litros do "volume morto", reserva profunda das represas que nunca havia sido utilizada.

Alckmin voltou a repetir que o rodízio poderia danificar as tubulações da Sabesp, causando desperdício e contaminação da água. "Estamos conseguindo superar essa seca duríssima sem levar a população a riscos e sofrimento", disse o governador, que comparou o clima dos últimos dias ao do deserto e pediu para a população se hidratar. "As pessoas tem que tomar muita água hoje fazer pouco exercício ao ar livre".

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Geraldo Alckmin, afirmou que o plano de rodízio da Sabesp é 'inadequado' (Foto: Agência Brasil)

O rodízio de água na região abastecida pelo Cantareira foi recomendado no fim de julho pelo Ministério Público Federal (MPF) ao governo Alckmin. Nessa quarta-feira, os promotores afirmaram que a justificativa apresentada pelo tucano para não adotar o racionamento era incompleta e insatisfatória e definiu prazo até 14 de agosto para que a Sabesp encaminhe os documentos necessários. A companhia diz reiterou que a medida "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores".

CPI

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Alckmin disse ainda não estar preocupado com CPI da Sabesp instaurada nessa quarta-feira, 6, na Câmara Municipal de São Paulo. A Comissão Parlamentar de Inquérito foi proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), adversário do tucano na disputa ao governo do Estado nas eleições de outubro, e teve apoio do PT, PMDB, PSD e PP, que também estão em coligações rivais. O tucano disse esperar que a CPI "não seja por motivação eleitoreira" e que sua preocupação não é com a investigação da Câmara, e sim "com a população".

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