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A proposta apresentada pelo senador José Serra (PSDB) em implantar o voto distrital em cidades com mais de 200 mil eleitores é, na avaliação do deputado federal João Paulo Tavares Papa (PSDB), “uma ideia boa, mas que talvez tenha de ter ajuste em sua dose”. O ex-prefeito santista conversou com o senador e constatou que ele está aberto a sugestões de mudança de sua proposta.
Em visita ontem ao Diário do Litoral, onde foi recebido pelo diretor Sergio Souza e pela editora-chefe Tatyane Casemiro, Papa defendeu outra “linha de corte” para a proposta apresentada por José Serra: implantar o voto distrital para cidades com mais de 500 mil eleitores.
“O voto distrital é saudável. Se não for possível implantá-lo em cidades médias como Santos, que se implante para as escolhas de deputado estadual e federal. Seria um grande avanço”.
Na visão de João Paulo Papa, dificilmente a proposta de Serra seja aprovada, nesses termos, na Câmara Federal. “Os vereadores têm muita força na Câmara Federal”, comentou.
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Um grupo de vereadores da Baixada Santista vai a Brasília ainda este mês levar as moções de repúdio à proposta de Serra aprovadas em todos os legislativos da região.
Para o parlamentar, Serra, ao apresentar a proposta, “deu um passo provocativo no Senado. Na Câmara Federal, o ambiente é outro e será difícil aprová-la do jeito que está”. Porém, João Paulo Papa acredita que a ideia “pode ser ajustada”.
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Três zonas
Para Santos, o ex-prefeito, que está em seu primeiro mandato em Brasília, a proposta de José Serra poderia ser adaptada, dividindo a Cidade nas três zonas eleitorais. “Acredito não ser uma boa ideia impantá-la em Santos com 21 distritos (número de vereadores), em uma cidade com 330 mil eleitores. Torna a eleição como uma escolha de um líder de bairro”.
Ele usa o exemplo da zona eleitoral que envolve os bairros da Zona Noroeste, os morros e a Região Central. Essa área de Santos teria direito a eleger 7 vereadores, caso a Cidade estivesse dividida em três zonas eleitorais.
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Reforma política
A comissão especial formada no Congresso Nacional para discutir a reforma política terá uma votação importante esta semana. Apesar desse passo, o ex-prefeito de Santos vê pouca chance de as mudanças serem aprovadas este ano e, dessa forma, passarem a valer já para as próximas eleições.
“A comissão especial está tratando de todos os temas. Tenho receio que, tentando tratar de tudo, não se aprove nada”.
Para João Paulo Papa, poderia se dar prioridade a questões importantes da reforma, como o sistema eleitoral (voto proporcional ou voto distrital) e o financiamento de campanha. Ele defende o financiamento empresarial somente para os partidos, e o financiamento para o candidato limitado para a pessoa física.
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