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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu na última sexta-feira a federalização da apuração de crimes que indicam a participação de grupos de extermínio formados por batalhões de elite da Polícia Militar (PM) de Goiás. O pedido foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidirá se os casos devem ser deslocados da esfera estadual para a federal.
O estopim da intervenção de Gurgel foram os recentes assassinatos de moradores de rua em Goiás, 24 casos entre agosto de 2012 e março de 2013. A atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi solicitada pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. No documento encaminhado ao STJ, o procurador não se limita a narrar os recentes fatos envolvendo moradores de rua e faz um amplo histórico de casos que indicam a participação de grupos de extermínio da PM.
São pelo menos nove episódios ocorridos desde 2000 que, segundo Gurgel, não foram apurados adequadamente e não resultaram na punição de nenhum policial militar até hoje. O procurador também faz duras críticas ao Executivo local. Segundo ele, embora ciente dos episódios violentos, o governo goiano nunca tomou qualquer providência para reformar o formato de operação da PM, fortalecendo as estruturas dos grupos especiais e sendo conivente com uma atuação truculenta que obtém resultados.
Para Gurgel, a intervenção federal também é necessária para apurar se a inércia do governo local levou o Brasil a violar os acordos e tratados internacionais dos quais é signatário.
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