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“O Governo Federal vai ter de ter muita paciência para negociar e obter a maioria no Congresso”. A análise é do deputado federal Beto Mansur (PRB), reeleito com 31.301 votos, aos 63 anos, para seu quinto mandato na Câmara Federal.
O partido de Mansur virá com força maior na próxima legislatura, ao subir de 10 para 21 o número de eleitos na Câmara Federal. A legenda compõe a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) e deve se manter nesse bloco de forças, até por ter participação no Ministério da Pesca e da Aquicultura.
“O PT perdeu deputados. O PMDB perdeu deputados. Houve uma pulverização de votos para os demais partidos. E o Governo terá de negociar muito, ter muita paciência, para ter a maioria na Casa”, avalia.
A próxima formação da Câmara Federal iniciará os trabalhos, segundo Beto Mansur, com dois “fantasmas”: a crise formada pelos recentes escândalos da Petrobras – “que vai dominar a pauta até por ter muitos deputados envolvidos e que pode ser alvo de uma CPI” – e a necessidade de fazer a economia do País crescer.
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Mansur destaca que o crescimento “pífio” (em suas palavras) da economia brasileira impacta diretamente nas prefeituras, especialmente em cidades médias da região, como Santos e Cubatão. “Em Cubatão, o impacto é sentido nas indústrias. Em Santos, o impacto é na atividade portuária. Com pouca atividade econômica, há diminuição na arrecadação do ISS, do ICMS e no Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”.
O grande desafio para os congressistas, opina, será o de criar condições para que a economia do Brasil cresça. “Veja como é interessante: eu estava andando na praia e passou um senhor por mim dizendo para eu não apoiar a Dilma. Eu respondi a ele que vou apoiar o Brasil”.
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Mansur é da base
Considerado arquirrival do PT em Santos, Mansur se vê novamente no papel de deputado da base de apoio de Dilma em Brasília. “Ela ganhou a eleição legitimamente. Não dá mais para ficar discutindo eleição que já passou. Não acho que o País saiu dividido da eleição. Quem ganha tem de governar para 100% da população”.
Ex-prefeito santista por oito anos (1997/2000 e 2001/2004), ele terá a companhia em Brasília do também ex-prefeito santista João Paulo Tavares Papa (2005/2008 e 2009/2012), eleito pelo PSDB, e do presidente da Câmara de Guarujá, Marcelo Squassoni (PRB).
“Me dou muito bem com o Papa. Já o Squassoni é do meu partido e conheço há menos tempo. A ideia é montar uma bancada regional não só com eles, mas com deputados que tiveram expressiva votação na nossa região, como o Bruno Covas (PSDB) e o Celso Russomano (PRB)”, comentou Mansur, ontem, em contato telefônico de Brasília.
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Segundo avalia, a representatividade da Baixada neste mandato enfrentou problemas, embora seja numericamente a mesma do próximo mandato: três parlamentares. Isso porque, lembrou o deputado federal, Márcio França (PSB) chegou a se licenciar do mandato para ser secretário estadual de Turismo, enquanto Maria Lúcia Prandi (PT) só assumiu a vaga em Brasília recentemente, no fim do mandato. E Protógenes Queiroz (PCdoB), embora eleito com domicílio eleitoral de Guarujá, nem sempre foi considerado como representante da Baixada Santista.
Verbas de projetos
O acompanhamento da liberação de verbas de projetos já aprovados pela União deve ser a tônica do trabalho em conjunto dos três da Baixada. “Temos projetos como o da entrada de Santos, o túnel ligando as zonas Leste e Noroeste de Santos, o teleférico nos morros santistas, bem como o Santos Novos Tempos. Todos vão precisar da liberação de recursos”.
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Além desses, o deputado federal cita que continuará acompanhando as tratativas como o Ministério da Saúde para a implantação de um hospital regional em São Vicente. “O Hospital dos Estivadores, em Santos, também conta com verba federal”.
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