Política

No Paraguai, Lula diz que pobres vêm antes de infraestrutura

Diante do presidente paraguaio, Horacio Cartes, pediu que encare a fome como questão central de seu mandato. Lula citou as circunstâncias em que assumiu em 2003

Publicado em 09/09/2015 às 16:12

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, 8, em Assunção, que programas sociais contra a pobreza devem vir antes de investimentos em infraestrutura. Ele foi convidado para palestrar no aniversário de 10 anos do programa Tekoporã, que distribui subsídios a 600 mil paraguaios por meio de um cartão, a exemplo do Bolsa Família. Diante do presidente paraguaio, Horacio Cartes, pediu que encare a fome como questão central de seu mandato. Lula citou as circunstâncias em que assumiu em 2003.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

"É verdade que eu poderia fazer uma ponte, uma estrada, mas entre cuidar de 54 milhões de pessoas que estão passando fome e fazer uma estrada, a estrada pode esperar que essas pessoas comam, fiquem fortes e ajudem a construí-la", afirmou, em português misturado a algumas palavras em espanhol. "Se fizesse a estrada, essas pessoas morreriam de fome antes de vê-la terminada. É muito difícil encontrar alguém no setor de Fazenda ou Tesouro que esteja disposto a dar essa contribuição aos que estão abaixo. Não é uma política de esmola, de compensação, é um direito", acrescentou, em trecho do discurso reproduzido pelo jornal ABC Color. Lula afirmou que os pobres ajudaram a salvar o Brasil. "Antes de eu chegar à presidência, eram tratados como se fossem problemas. E hoje eu digo que cuidar bem dos pobre é a solução para acabar com a miséria na nossa América do Sul."

Lula defendeu que programas sociais contra a pobreza devem vir antes de investimentos em infraestrutura (Foto: Divulgação)

Aperto fiscal

Continua depois da publicidade

Lula disse que nações que passaram por apertos orçamentários muito fortes "ficaram mais pobres do que estavam antes do ajuste", segundo o jornal paraguaio. O ex-presidente afirmou ainda que conhece empresários excelentes, mas nenhum que trabalhe sem perspectiva de lucro. "Só quem pode fazer o investimento em que o único retorno é a saúde e a escola de uma criança, e não ter retorno financeiro, é o Estado. Só o Estado pode garantir que as pessoas tenham igualdade de oportunidades e condições", afirmou, segundo o Instituto Lula, que organiza as viagens do ex-presidente.

Lula defendeu suas visitas como palestrante à África e à América Latina. "Tenho tentado convencer os presidentes a colocar um dinheirinho para os pobres", afirmou. No dia 18 de agosto, diante de acusações de que o ex-presidente havia falado em eventos de organizações envolvidas na Operação Lava Jato, o Instituto Lula divulgou uma lista de empresas que o haviam contratado como palestrante. De 2011 até então, segundo o instituto, o ex-presidente tinha feito 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições. A remuneração, segundo o site, se dá "de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos".

O ex-presidente chegou na terça-feira, 8, a Buenos Aires. Entre quarta-feira, 9, e sexta-feira, 11, ele dará duas palestras a grupos de empresários e organizações civis, receberá dois títulos de Doutor Honoris Causa e participará de atos de campanha do candidato kirchnerista Daniel Scioli, um deles ao lado da presidente Cristina Kirchner. 

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software