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O vice-presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira, 03 em encontro com empresários e ativistas de oposição à presidente Dilma Rousseff em São Paulo, que será difícil a petista concluir o mandato se a situação econômica e política do País não melhorar até meados do ano que vem. "Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo", avaliou. "Se continuar assim 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de três anos."
Temer foi questionado pelos participantes do encontro sobre os cenários que podem levar ao impeachment. O vice procurou mostrar lealdade ao governo e disse que Dilma "não é de renunciar". O peemedebista chegou a fazer graça com o risco de cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente", afirmou. "Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida." Diante da reação do público, de cerca de 50 pessoas, fez uma retificação: "Não sei se feliz ou não, cada um tem a sua avaliação".
O encontro foi organizado pela empresária Rosângela Lyra, que disse integrar o movimento Acorda Brasil, de oposição ao governo Dilma Rousseff, mas não "responsável" pelas posições desse grupo. "Do Política Viva sou responsável", afirmou, sobre o projeto feito para "levar consciência (política)" aos participantes. Temer foi o décimo político convidado. Os nove anteriores eram de oposição ao PT.
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Oportunismo
"O senhor vai passar para a história como oportunista ou estadista?", perguntou o empresário Fábio Suplicy a Temer. O vice não disfarçou a irritação na resposta. "Em momento nenhum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: 'O Temer quer assumir a Presidência'. Mas eu não movo uma palha, porque aí sim eu seria oportunista."
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O vice também falou sobre a tentativa frustrada do governo de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. "Talvez, se não fosse a minha posição na semana passada na CPMF, o Orçamento não viria com déficit. Mas eu confesso que, quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação", disse. "A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso. O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso. Será uma derrota política e outra econômica."
Temer voltou a explicar sua declaração no início de agosto, quando disse que o Brasil precisaria de "alguém para reunificar o País". "A declaração gerou muita controvérsia porque despertou o País. Alguém precisava dizer ao País que a crise é grave. Ficava um disfarce muito grande", justificou.
Depois de ver o correligionário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, defender na semana passada a demissão do ministro Joaquim Levy, o vice reiterou o apoio ao titular da Fazenda. "A saída do Levy será prejudicial ao País. Vamos dar apoio expresso a ele."
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