Política

'Ninguém resiste' mais três anos e meio com popularidade tão baixa, diz Temer

O vice-presidente foi questionado por participantes de encontro com empresários sobre os cenários que podem levar ao impeachment

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/09/2015 às 14:05

Compartilhe:

O vice-presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira, 03 em encontro com empresários e ativistas de oposição à presidente Dilma Rousseff em São Paulo, que será difícil a petista concluir o mandato se a situação econômica e política do País não melhorar até meados do ano que vem. "Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo", avaliou. "Se continuar assim 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de três anos."

Temer foi questionado pelos participantes do encontro sobre os cenários que podem levar ao impeachment. O vice procurou mostrar lealdade ao governo e disse que Dilma "não é de renunciar". O peemedebista chegou a fazer graça com o risco de cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente", afirmou. "Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida." Diante da reação do público, de cerca de 50 pessoas, fez uma retificação: "Não sei se feliz ou não, cada um tem a sua avaliação".

O encontro foi organizado pela empresária Rosângela Lyra, que disse integrar o movimento Acorda Brasil, de oposição ao governo Dilma Rousseff, mas não "responsável" pelas posições desse grupo. "Do Política Viva sou responsável", afirmou, sobre o projeto feito para "levar consciência (política)" aos participantes. Temer foi o décimo político convidado. Os nove anteriores eram de oposição ao PT.

Michel Temer afirmou que será difícil a presidente Dilma Rousseff concluir seu mandato (Foto: Agência Brasil)

Oportunismo

"O senhor vai passar para a história como oportunista ou estadista?", perguntou o empresário Fábio Suplicy a Temer. O vice não disfarçou a irritação na resposta. "Em momento nenhum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: 'O Temer quer assumir a Presidência'. Mas eu não movo uma palha, porque aí sim eu seria oportunista."

O vice também falou sobre a tentativa frustrada do governo de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. "Talvez, se não fosse a minha posição na semana passada na CPMF, o Orçamento não viria com déficit. Mas eu confesso que, quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação", disse. "A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso. O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso. Será uma derrota política e outra econômica."

Temer voltou a explicar sua declaração no início de agosto, quando disse que o Brasil precisaria de "alguém para reunificar o País". "A declaração gerou muita controvérsia porque despertou o País. Alguém precisava dizer ao País que a crise é grave. Ficava um disfarce muito grande", justificou.

Depois de ver o correligionário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, defender na semana passada a demissão do ministro Joaquim Levy, o vice reiterou o apoio ao titular da Fazenda. "A saída do Levy será prejudicial ao País. Vamos dar apoio expresso a ele."

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Tecnologia

Conheça a nova tecnologia que vai substituir o Wi-Fi e é 100x mais rápida

Ainda não se sabe, exatamente, em quanto tempo ela estará disponível, mas os testes estão avançados

Cotidiano

Veja números do sorteio da Quina do concurso 6539, deste sábado

Sorteado na noite deste sábado 21/9, prêmio total era estimado em R$ 21,8 milhões, sendo o maior da noite

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter