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O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, respondeu nesta terça-feira, 5, de forma indireta às críticas feitas a ele pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Janot disse que não cabe ao Ministério Público estabelecer diálogo com as pessoas envolvidas em sua atuação funcional. "É isso que tem que ser. É assim que eu vejo, o Ministério Público responde, não estabelecendo uma interlocução, um diálogo público com quem quer que seja, mas o Ministério Público responde com atitude", disse o procurador-geral na abertura de uma premiação realizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em Brasília.
Janot tem evitado comentar os ataques que tem recebido de parlamentares investigados na Operação Lava Jato. A interlocutores, o procurador-geral tem dito que "enquanto eles (parlamentares) falam, eu trabalho e o processo continua andando".
Na manhã desta terça, Cunha disse que as investigações movidas contra têm motivação pessoal de Janot. A fala do presidente da Câmara aconteceu um dia depois de o procurador-geral ter dito que vê "evidências fortes" para investigar o deputado. Cunha disse ontem que foi "escolhido" por Janot para ser investigado por uma "querela pessoal". Na avaliação de Cunha, o procurador-geral foi "contestado" publicamente e por isso insiste em mantê-lo como alvo da investigação. "Ele está numa querela pessoal. Não há dúvida com relação a isso", concluiu. "Ele está fazendo uma investigação própria, insiste em me escolher para investigar", emendou.
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Ainda no evento, Janot evitou responder diretamente as críticas. "O Ministério Público faz e não fala, por mais difícil que seja a tarefa. Quanto mais difícil a tarefa, mas somos chamados a ser Ministério Público. Por mais dura que possa ser a nossa atuação e a nossa obrigação, o que nos faz fortes não é falar. O que nos faz fortes é agir de forma reta e simples como Ministério Público por isso é que nas nossas tarefas, por mais difíceis que sejam e hoje estamos enfrentando momentos com tarefas difíceis para todos nós", disse Janot, em mensagem a procuradores.
Desde que as investigações da Lava Jato foram abertas, Janot tem evitado responder diretamente às críticas sobre as decisões do Ministério Público Federal. Ele tem se valido de mensagens a procuradores e de reuniões dos Conselhos dos quais participa, como o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para mandar um "recado" de forma mais sutil e indireta. "O Ministério Público responde a críticas, responde as eventuais insatisfações no foro que lhe é próprio no foro em que o Ministério Público atua profissionalmente. O Ministério Público responde no foro judicial, ou no foro extrajudicial naquelas causas em que ele desenvolve a sua própria atuação", disse Janot.
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