Política
O site do PSDB em São Paulo lista 61 cidades com protestos marcados. O presidente do partido no Estado divulgou um vídeo convocando a população do Estado a sair às ruas protestando
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Com a popularidade da presidente Dilma Rousseff em baixa e as crises econômica, política e ética cada vez mais acirradas, movimentos de oposição ao governo da petista saem às ruas neste domingo, 16, em protestos programados para todo o País e também no exterior. O Movimento Brasil Livre espera manifestações em, pelo menos, 144 localidades, já o Vem Pra Rua lista 257 cidades em seu site, sendo 19 fora do Brasil. Além do 'fora Dilma', outro mote dos principais movimentos de rua contrários à atual gestão federal, que inclui também o Revoltados Online, é "não vamos pagar a conta do PT".
Ao contrário dos protestos anteriores, quando o principal partido de oposição tentou manter uma certa neutralidade, neste domingo, o PSDB e seus principais aliados, como o DEM, PPS e Solidariedade, convocaram as pessoas para irem às ruas. O candidato derrotado do PSDB em 2014, Aécio Neves, sinalizou nesta sexta-feira, 14, em Maceió, onde participa do lançamento da campanha nacional de filiação do seu partido, que vai participar das manifestações, mas não disse onde.
"A minha vontade pessoal é essa (de ir). Pretendo sim, mas vou avaliar até sábado, 15, aonde vou e se vou", disse o tucano, durante a campanha de filiação em Maceió. Aécio disse que recebeu convite de várias cidades no Nordeste, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Segundo aliados, o mais provável é que Aécio vá ao protesto em Belo Horizonte ou Brasília.
O site do PSDB em São Paulo lista 61 cidades com protestos marcados. O presidente do partido no Estado divulgou um vídeo convocando a população do Estado a sair às ruas protestando contra o atual governo.
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Na capital paulista, os manifestantes se concentrarão mais uma vez na Avenida Paulista, tradicional local de protestos na cidade. São Paulo concentrou os maiores números nas duas primeiras manifestações contra o governo Dilma, em março e abril deste ano.
Em Minas, domicílio eleitoral de Aécio, o Vem pra Rua prevê protestos em 30 cidades. Em Belo Horizonte, a concentração será na Praça da Liberdade, região central da capital mineira. Segundo a Polícia Militar, o primeiro protesto contra o governo, em 15 de março, reuniu 24 mil pessoas em Belo Horizonte, número contestado pelos organizadores do protesto.
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Defesa de Lula
Simultaneamente aos protestos contra o governo Dilma em todo o País, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT São Paulo estão programando para domingo, a partir das 13 horas, um ato "em defesa da democracia" em frente à sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Alguns manifestantes já estão em vigília no local desde o início desta semana e prometem permanecer acampados até a próxima segunda-feira, 17. A vigília precede a manifestação agendada para quinta-feira, 20, em todo Brasil, por sindicatos e movimentos sociais.
Sem referência direta ao governo Dilma, na página do Facebook onde o evento foi criado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC divulgou a hashtag #SomostodosLULA. "Não permitiremos que nossa principal liderança seja atacada ou mesmo ameaçada por setores ou pessoas que não têm responsabilidade com a democracia e que nunca se importaram com os trabalhadores", diz o sindicato, classificando de vitorioso o legado do ex-presidente petista.
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Domingo Negro
O dia 16 de agosto não foi escolhido ao acaso para marcar os protestos contra o governo Dilma Rousseff. Nesta data, há 23 anos, em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello foi alvo de uma das maiores manifestações contra um governo no período pós-redemocratização, protagonizada pelos caras-pintadas. Três dias antes de 16 de agosto, que ficou conhecido como o "domingo negro", em meio às turbulências e as denúncias que pesavam contra sua gestão, além do consequente enfraquecimento e isolamento político, Collor fez um pronunciamento à nação, pedindo uqe usassem o verde-amarelo da bandeira brasileira, em seu apoio. Mas o ocorreu foi o contrário no dia 16 de agosto de 1992, também um domingo, os brasileiros saíram às ruas de todo o País vestidos de preto, com os rostos pintados de verde-amarelo, pedindo a saída de Collor.
Depois dessa manifestação, o processo de impeachment foi aprovado pela Câmara Federal, por 441 votos a favor e 38 contra, e Fernando Collor foi afastado da Presidência da República no dia 2 de outubro daquele ano. Sabendo que seria afastado, Collor acabou renunciando no dia 29 de dezembro, mas o Senado prosseguiu o julgamento, afastando-o do cargo e privando-o dos direitos políticos por oito anos. A decisão foi confirmada pelo STF em 1993. Collor, atualmente senador e um dos alvos da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção e desvio de recursos da Petrobras, alegou que foi afastado do Palácio do Planalto em razão de perseguição de forças políticas contrárias à modernização do País.
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