Política

Morte de De Rosis altera jogo político de Santos

O presidente da Câmara, Marcus De Rosis, não resistiu a um enfarto. Sepultamento será às 17 horas no Cemitério da Filosofia

Publicado em 09/08/2015 às 00:53

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A batida das 17 horas do relógio, ontem, pode ter marcado um momento com reflexos para a próxima disputa da Prefeitura de Santos. Naquele horário morria o presidente da Câmara, Marcus De Rosis (PMDB), aos 54 anos, vítima de enfarto. Ele estava cotado para ser candidato a vice-prefeito na chapa do atual chefe do Executivo, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Quatro vezes presidente do Legislativo – um recorde na Casa de Leis santista –, De Rosis apresentava várias das credenciais para se cacifar como candidato a vice na tentativa de reeleição do prefeito. Era do PMDB, segundo maior partido da Câmara, e tinha também experiência no Executivo, como secretário municipal de Esportes. Além de ser presidente do Legislativo, era vice-líder do Executivo.

O velório do peemedebista começou às 22 horas de ontem na Memorial Necrópole Ecumênica. O enterro está marcado para as 17 horas no Cemitério da Filosofia, no Saboó.

Interinamente, a Presidência da Câmara de Santos passará a ser ocupada pelo primeiro vice-presidente, Kenny Mendes (DEM). Já a vaga de vereador tende a ficar com Geonísio Pereira de Aguiar, o Boquinha, que era do PMDB, mas se filiou ao PSDB. A Prefeitura decretou luto oficial de três dias.

 Seu último discurso foi do tema que ele mais gostava: o Esporte (Foto: Divulgação)

Dor nas costas

O começo do sábado foi de felicidade para Marcus De Rosis. Ele foi uma das autoridades a discursar na inauguração do Ginásio de Ginástica Artística da Arena Olímpica, na Zona Noroeste. O cerimonial o havia destacado para falar não só por ele ser presidente da Câmara, mas também por sua forte ligação com o Esporte – seu irmão Rui foi jogador da Portuguesa Santista, Santos e Palmeiras. Marcus era palmeirense. Quando outras autoridades discursavam, o presidente da Câmara, ao lado de outros vereadores, já começava a se sentir mal. Pressionava as costas com as duas mãos. Reclamou do calor. Chegaram a deitá-lo no chão e, prontamente, o levaram para o PS do Hospital da Zona Noroeste.

O deputado federal João Paulo Tavares Papa (PSDB) foi um dos que o acompanharam no PS. “A pressão dele chegou a 6 por 8. Muito baixa. Ele reclamava de dores e lhe aplicaram medicação. Logo viram que era algo mais sério e o encaminharam para o Hospital Ana Costa”.

Segundo relatos, De Rosis chegou a ter um enfarto a caminho do Ana Costa. Quem o acompanhou desde que ele passou mal foi o colega de plenário e médico Evaldo Stanislau (PT). O peemedebista não resistiu ao cateterismo, estava com duas artérias totalmente entupidas.

Choro

Quando a notícia de sua morte foi confirmada, os vereadores Adilson Júnior (PT), Hugo Duppre (PSDB) e Marcelo Del Bosco (PPS) se abraçaram e choraram.

Recordista

De Rosis presidia o Legislativo santista pela quarta vez. Ele esteve à frente da presidência nos biênios 1995/1996, 2007/2008 e 2009/2010. Superou o recorde que era de seu pai, Oswaldo Carvalho De Rosis, presidente da Casa por três vezes. Marcus também será lembrado pelo empenho na construção da sede própria da Câmara, no Castelinho.

O velório do peemedebista começou às 22 horas de ontem na Memorial Necrópole Ecumênica (Foto: Reprodução/Twitter)

Para políticos, De Rosis era um líder e cumpridor de palavra

“Ele foi um político que construiu uma história e deu sequência à trajetória de seu pai, Oswaldo De Rosis. E fez uma carreira brilhante, ocupando cargos importantes, foi o vereador que mais vezes ocupou a Presidência da Câmara. Um homem que deixa um legado de trabalho e de resultados para a Cidade. Nossa palavra é de lamentação e de apoio à família nesse momento de muita dor”. Paulo Alexandre Barbosa (PSDB)

“Era um gigante na Política. Um gigante. Emotivo. Vai deixar um vazio. Seria natural essa possibilidade dele ser candidato a vice. Seu partido é a segunda maior força da Câmara, presidiu a Câmara por quatro vezes. E morreu após fazer um discurso emocionado sobre o Esporte como instrumento de inclusão social. Foi emocionante ouvir o que ele disse”. João Paulo Tavares Papa (PSDB)

“Sua morte prematura certamente a todos nos entristece e deixa um vácuo na Política santista. De Rosis era acima de tudo um líder nato, apaixonado pela Política e sempre compreendeu que a transformação e melhoria da sociedade passam necessariamente por ações bem empreendidas, das quais jamais abriu mão. Articulador, durante sua atuação como vereador sempre fez questão de defender a harmonia e independência dos poderes. Tivemos algumas divergências sim, é verdade, mas sempre no campo das ideias, pois De Rosis foi um político de personalidade forte”. Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB)

“Em qualquer questão política, se era para dizer sim, ele dizia sim. Se era para dizer não, dizia não. Ele não enrolava. A Câmara era tudo para ele. Ele não baixava a bola. Ele respeitava os poderes, mas mantinha a independência do Legislativo. Perco um amigo”. Marcelo Del Bosco (PPS)

“De Rosis sempre buscou defender o direito da população durante os quatro mandatos exercidos no Legislativo santista. Fica a certeza de seu legado e a saudade de um líder político comprometido. Marcus era mais que um companheiro de partido, foi um grande amigo e fará muita falta. A Política de Santos fica com uma lacuna”. Maria Antonieta de Brito (PMDB)

“Ele era muito protetor dos amigos. Muito fiel aos amigos. Um articulador que vai fazer falta ao Governo. Era uma liderança incontestável”. Odair Gonzalez, presidente da Prodesan

“O que dizer quando se perde um amigo, quase
irmão?”
Benedito Furtado (PSB)

“Conheci ele quando ele era pequeno, no Macuco. Comprava pão na padaria do pai dele. O que ele prometia, ele cumpria”. Carlos Pinto (PMDB)

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