POLÍTICA

Médico de Bolsonaro comunica que cirurgia foi descartada

Decisão foi tomada depois que obstrução no intestino do presidente se desfez

Folhapress

Publicado em 04/01/2022 às 10:31

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Bolsonaro posta foto internado em hospital em SP após sentir dores abdominais / Reprodução/Redes Sociais

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O médico Antônio Macedo decidiu que seguirá com o tratamento clínico de Jair Bolsonaro. A obstrução no intestino do presidente se desfez e uma cirurgia foi, por enquanto, descartada.

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Segundo a coluna apurou, Bolsonaro reagiu bem aos remédios que recebeu e, portanto, não há indicação cirúrgica. A evolução clínica e laboratorial dele segue satisfatória e o presidente já deve iniciar uma dieta líquida.

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O hospital confirmou as informações por meio de um boletim médico em que afirma que ainda não há previsão de alta para o presidente.

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A decisão de descartar a cirurgia foi comunicada por Macedo a colegas da equipe hospitalar no começo a manhã.

O médico foi um dos profissionais que operaram o presidente após o atentado a faca, em 2018, e desde então acompanha a sua saúde.

Bolsonaro foi internado na segunda (3) no hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, após um problema intestinal.

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Ele começou a receber antibióticos e alimentação por meio de sonda nasogástrica, hidratação e reposição de glicose e eletrólitos (especialmente sódio e potássio) para que seu intestino voltasse a funcionar. Foi o chamado tratamento conservador.

Macedo estava nas Bahamas, e a decisão final sobre uma eventual cirurgia só seria tomada depois que o médico, que também interrompeu suas férias, voltasse de viagem. Um avião foi enviado pelo hospital para que ele conseguisse chegar logo ao Brasil.

Bolsonaro afirmou ter sentido dores abdominais em Santa Catarina, após o almoço de domingo (2), o que o levou à antecipação do fim da folga que desfrutava com a família. A expectativa era que ele continuasse no litoral catarinense até pelo menos o começo da semana.

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Assim que foi internado, o presidente publicou foto na cama do hospital, e seus familiares e aliados passaram a resgatar a memória da facada que ele levou em 2018, em plena campanha presidencial, e que é a origem de todos os problemas no aparelho digestivo que vem enfrentando desde então.

"É a segunda internação com os mesmos sintomas, como consequência da facada (6.set.18) e quatro grandes cirurgias", afirmou Bolsonaro em suas redes sociais, lembrando de sua última internação e do histórico de tratamentos depois do ataque que sofreu.

Desde que Bolsonaro foi internado, especialistas afirmavam que era grande a probabilidade de a obstrução intestinal se resolver com o tratamento clínico, sem a necessidade de cirurgia.

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Mas o risco de o problema voltar a se repetir pode acompanhá-lo pelo resto da vida, segundo cirurgiões do aparelho digestivo ouvidos pela Folha.

As obstruções são causadas por aderências (partes do intestino que ficam coladas) decorrentes do histórico de intervenções cirúrgicas após a facada que Bolsonaro sofreu em setembro de 2018, quando houve derramamento de sangue e de fezes no peritônio, camada que reveste o abdome.

As crises em geral são aleatórias e independem do estilo de vida, como alimentação ou prática de atividades físicas, segundo os especialistas.

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Quando as alças intestinais dobram, começa a acumular fezes no intestino e líquidos no estômago, causando distensão abdominal e aumento da população de bactérias que habitam o intestino. A barriga fica estufada, as cólicas são fortes, a pessoa tem muita dor, ânsia de vômito.

Esses líquidos são resultantes da saliva deglutida, do muco do intestino, do suco gástrico, da bile e do suco pancreático. Tudo isso deveria estar sendo absorvido pelo intestino, mas, devido à obstrução, acaba se acumulando no estômago —o que gera até 2.000 ml de líquido escurecido a cada 24 horas.

O tratamento tradicional a que Bolsonaro foi submetido retira líquido do estômago. Com isso, a distensão abdominal tende a diminuir e, em muitos casos, a aderência que está obstruindo o trânsito intestinal se desfaz sozinha.

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O fato de Bolsonaro já ter tido o mesmo quadro em julho do ano passado não alterariam as chances de sucesso do tratamento conservador.

Do UOL, da colunista Mônica Bergamo

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