Continua depois da publicidade
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, comparou neste domingo o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara a uma "tragédia grega", em referência à presidência exercida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP). "Atingimos o ápice do desrespeito aos direitos humanos, com uma pessoa com um discurso homofóbico presidindo a comissão", disse, na apresentação da 17.ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo.
De acordo com Marta, a realização da parada, na região da Avenida Paulista, serve como um contraponto à manifestações e propostas encaminhadas por setores contrários à liberdade de orientação sexual. "Precisamos ouvir coisas como um projeto de cura gay, como se isso fosse doença", disse. Ela avaliou que as transformações da sociedade precisarão partir de fora do Congresso e elogiou a atuação do Poder Judiciário. "Pelo que se vê dali (Congresso), nada vai acontecer."
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) ressaltou que foram criadas frentes parlamentares destinadas aos diretos dos gays, lésbicas e travestis. "Isso é um contraponto à Comissão de Direitos Humanos para que essa pauta não saia do Congresso", afirmou. Wyllys defendeu ainda a aprovação do projeto em tramitação no Congresso que torna mais rígidas as penas de lesão corporal e assassinato enquadrados em crimes de homofobia.
"Preocupa-nos a composição da Comissão de Direitos Humanos, que encaminha projetos como o da cura gay, entre outros retrocessos", disse o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma. "Ao invés disso, deveriam se preocupar com problemas na educação, saúde ou drogas", complementou.
Continua depois da publicidade