Marcio França / Divulgação
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O ex-governador Márcio França (PSB) cancelou nesta segunda-feira (4) uma reunião que ocorria semanalmente com a coordenação ampliada de sua pré-campanha ao Palácio dos Bandeirantes, após ter admitido a possibilidade de desistir da corrida ao Governo de São Paulo e em meio à tentativa de uma aliança com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
O cancelamento foi interpretado por aliados como mais um passo para a desistência da corrida ao Executivo paulista e entrada na disputa pelo Senado. Ele ocorreu um dia depois de França ter recebido em sua casa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e o candidato petista a governador, Fernando Haddad.
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França ainda insiste em uma composição com o PSD, sob o argumento de que seria fundamental para uma vitória em São Paulo. Mas Kassab, presidente nacional do partido, diz que uma aliança que envolva a chapa com o PT no estado está fora da mesa de negociações.
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No domingo (23), Lula, Alckmin, França e Haddad estavam acompanhados de suas mulheres no almoço, organizado com o intuito de sacramentar o acordo no qual o pré-candidato do PSB concorda em abrir mão da candidatura ao governo para disputar uma vaga ao Senado.
Segundo aliados, Lula tinha uma missão especial à mesa: convencer Lúcia, esposa de França, a aceitar o lançamento da candidatura do marido ao Senado.
Lula foi bem-sucedido na tarefa, segundo aliados. Apesar de admitir o acordo, tendo inclusive posado para fotos ao lado do trio, França afirmou que o anúncio de uma decisão ocorreria só após um encontro com Kassab.
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O ex-governador defende a participação do PSD na chapa, sugerindo que Kassab seja seu suplente na disputa ao Senado. Outra alternativa seria oferecer ao PSD a cadeira de vice de Haddad.
Kassab afirma, no entanto, que o PSD discute só duas opções na corrida estadual, além do lançamento de uma candidatura própria.
Segundo Kassab, uma alternativa seria o apoio da candidatura de França ao governo. Outra hipótese em debate é a aliança com o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo.
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"Tenho me dedicado à construção de um acordo interno em que os defensores da aliança com Márcio concordariam em apoiar Tarcísio. E os apoiadores de Tarcísio concordariam com a aliança com Márcio", afirma Kassab, sem mencionar hipótese de apoio a Haddad.
Os próprios petistas reconhecem que, ainda que quisesse se aliar a Haddad, Kassab não teria adesão da bancada do PSD, sob pena até de perder o controle partidário.
A bancada do PSD em São Paulo é afinada com Bolsonaro. Essa constatação reforça, entre petistas, a convicção de que, sozinho, França não terá outra alternativa senão se aliar a Haddad.
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Lula, Haddad e Alckmin deixaram o almoço de domingo otimistas quanto a um desfecho positivo.
Esse é o quarto encontro que Lula mantém com França para discutir uma composição para o governo do estado.
Na sexta-feira (24), na saída de uma reunião com Lula, França telefonou para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a quem informou a disposição de manter sua candidatura.
No telefonema, Siqueira chegou a brincar, perguntando "quem apoiaria quem", se França apoiaria Haddad ou vice-versa. "Ninguém. A conversa foi muito boa. Mas minha candidatura está mantida", respondeu França.
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Na semana passada, o ex-governador admitiu ao comando do PSB a possibilidade de desistir. O almoço foi mais uma passo nesse sentido.
Presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), diz que França está perdendo tempo. "Quanto antes ele vir melhor. Ele é um senador eleito por São Paulo. PSB vai ter um senador aqui."
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