Márcio França, em entrevista à Gazeta e ao Diário do Litoral / Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo
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O pré-candidato do PSB ao Governo de São Paulo, Márcio França, admitiu em reunião, na segunda-feira (27), com a cúpula do seu partido que pode desistir da candidatura a partir de quinta-feira (30). França aguarda uma definição de apoio do PSD, de Gilberto Kassab, até essa data.
Kassab avalia dar o apoio do PSD a França ou a Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. A segunda hipótese, no entanto, é a mais provável, algo que França também admitiu na reunião.
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A saída de França já era aguardada para os próximos dias entre petistas. Ao desistir do Palácio dos Bandeirantes, França deve concorrer ao Senado na chapa de Fernando Haddad (PT), com o apoio do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).
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Na reunião, os dirigentes do PSB definiram que qualquer acerto com o PT será negociado em bloco, com vários estados ao mesmo tempo. Ou seja, a questão de São Paulo não será tratada separadamente.
Isso abre espaço para que a candidatura de França seja retirada em nome do apoio do PT ao PSB em outro estado da federação -o que funcionaria como justificativa ou saída honrosa para o ex-governador.
Segundo relatos de membros do PSB, França afirmou na reunião que, sem a adesão de Kassab, seria difícil levar sua candidatura adiante. Sua única esperança é que o PSD desista do apoio a Tarcísio após a reação negativa da base bolsonarista à divulgação da aproximação entre Kassab e o ex-ministro da Infraestrutura.
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A próxima rodada de conversas entre PT e PSB está marcada para quinta-feira, ocasião em que, havendo a resposta de Kassab, a retirada da candidatura de França já poderia entrar na mesa de negociação para cacifar o apoio petista em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul ou Espírito Santo.
À Folha França afirmou que pretende, sim, ser candidato ao Governo de São Paulo e que sua candidatura não depende do apoio de outros partidos.
Ele diz, contudo, que não deve prejudicar o acordo nacional entre PT e PSB para eleger Lula e confirma que, agora, sua candidatura depende de um acerto em bloco entre os dois partidos em vários estados.
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"Pretendo ser candidato a governador de São Paulo. Me sinto preparado para o exercício dessa função. Claro, ouço os dirigentes do meu partido e também os amigos de outros partidos. Mas não dependo de outros apoios partidários. O PSB tem chapas próprias de deputado estadual e federal e garantias legais em debates e cobertura de TV", afirmou França.
"Combinamos, entretanto, com Lula e outros partidos, que as decisões sobre as eleições estaduais não devem prejudicar a vitória do campo democrático, que entendemos representar. O presidente [do PSB] Carlos Siqueira e a presidente [do PT] Gleisi Hoffmann estão com a delegação de encontrar soluções conjuntas das demandas no PSB nos estados", continua o ex-governador.
França afirma ter recebido, na reunião, "o pedido para que toda decisão seja feita em bloco". "Respeitarei o combinado. Todos os estados têm sua importância, mas São Paulo, por seu tamanho e população, não estará subordinado a nenhuma decisão estadual", completa.
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O ex-governador disse ainda que, conforme combinou com Lula e Alckmin, estará "pronto para ganhar as eleições e ajudar a construir a vitória nacional". "Propus desde sempre que quem de nós tiver melhores condições eleitorais de defender a mudança para São Paulo e para o Brasil deve ter apoio dos demais."
Conforme se aproxima o período das convenções eleitorais, entre 20 de julho e 5 de agosto, cresceu a pressão do PT para que França apoiasse Haddad, que lidera a corrida eleitoral -o ex-governador está sem segundo, de acordo com o último levantamento do Datafolha.
Os petistas esperavam que França anunciasse sua desistência após uma conversa com Lula, na sexta-feira (24), o que não aconteceu. O ex-governador saiu do encontro afirmando que mantinha sua candidatura.
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