Política

Mantega volta a reclamar da baixa oferta de crédito para o consumo no País

Para ele, o Brasil poderia ter uma taxa maior de expansão da economia se houvesse mais crédito para consumo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/06/2014 às 19:02

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Um dia depois de sinalizar que o governo não deve adotar medidas para facilitar o financiamento de automóveis, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a reclamar da baixa oferta de crédito para o consumo no País, embora os níveis de inadimplência sejam baixos atualmente. "Por isso estamos movimentando pouco o comércio", avaliou durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) no Palácio do Planalto.

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Para Mantega, o Brasil poderia ter uma taxa maior de expansão da economia se houvesse mais crédito para consumo. "Tem gente que acha que faz o País crescer só com investimento. Não. Tem que estimular o consumo, em menor medida. Hoje vivemos essa situação (de escassez do crédito para consumo). Acredito que é passageira Quando houver recuperação do crédito livre, teremos aumento do crescimento do comércio e isso vai estimular o investimento", argumentou.

Nos últimos meses, o ministro tem reclamado frequentemente da resistência dos bancos em liberar crédito para o consumo. Mantega tem argumentado que é preciso melhorar as condições do crédito para que o crescimento da economia seja mais forte.

As montadoras também têm engrossado o coro. O setor automotivo tem negociado com o governo medidas que possam facilitar a liberação dos empréstimos pelos bancos. No entanto, as propostas em estudo têm enfrentado resistências das instituições financeiras e do Banco Central. Isso fez com que Ministério da Fazenda recuasse. A área econômica não tem alimentado as esperanças de anúncio de medidas nessa linha para o setor.

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Guido Mantega, voltou a reclamar da baixa oferta de crédito para o consumo no País (Foto: Agência Brasil)

Conservadorismo

O presidente da Fiat Chrysler para a América Latina, Cledorvino Belini, disse que existe demanda para aquisição de automóveis, mas que o conservadorismo dos bancos na aprovação dos financiamento tem inibido os negócios. Ele afirmou também que o governo deveria reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a aquisição de automóveis e não elevar a alíquota como está previsto para o mês que vem.

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Segundo ele, o setor tem a maior carga tributária do mundo e a redução do imposto impulsiona a demanda. Mantega já indicou que haverá um aumento da alíquota de IPI para automóveis a partir de julho, embora em uma escala menor que o previsto.

BNDES

No discurso, o ministro também defendeu a atuação e o tamanho do BNDES na concessão de crédito para o setor produtivo e para projetos de infraestrutura. "O BNDES é fundamental para o crescimento do País. Tem gente que critica o BNDES, que acha que ele não deveria existir ou ser muito menor, mas nós discordamos e achamos que o banco é fundamental para manter a taxa de crescimento do Brasil", frisou.

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Segundo ele, há uma correlação direta entre o volume de financiamentos do banco de fomento e a formação bruta de capital fixo no País. "O BNDES é responsável por pelo menos 50% dos investimentos em infraestrutura no Brasil", destacou. Ainda assim, Mantega ponderou que os bancos privados têm aumentado sua participação em projetos de infraestrutura de longo prazo. "Infraestrutura é fundamental e estamos implantando um grande programa no País. Em concessões de rodovias e aeroportos, por exemplo, os bancos privados estão vindo junto com bancos públicos. Essa é uma boa notícia para esses investimentos de grande vulto", completou.

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