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O avanço da Operação Lava Jato e a avaliação de que há dificuldades para conseguir anulá-la na Justiça têm levado investigados que até então rejeitavam a possibilidade de fazer delação premiada a avaliar a hipótese. Essa lista inclui executivos das empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia, o que pode elevar em mais nove a lista de delatores. Dos 112 presos na Operação Lava Jato desde que foi deflagrada em março de 2014, pelo menos 23 fizeram delação premiada.
A mudança de estratégia também tem sido influenciada pela decisão do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque de iniciar um acordo nesta direção. A expectativa de envolvidos nas investigações e de advogados de empreiteiras é de que ele fará uma das mais duras delações da Lava Jato e tornará mais difícil qualquer tentativa de reverter as acusações contra as empreiteiras.
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Nas palavras de um advogado criminalista, “está todo mundo pensando na delação” porque o Judiciário não está anulando nenhuma das ações tomadas até agora pela força-tarefa. Para esse defensor, mesmo que a Justiça venha a anular provas “vai demorar uma década”. “Isso gera uma instabilidade no acusado.”
O advogado Marcelo Leonardo, que defende Sérgio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, não descarta a colaboração do seu cliente. “Por enquanto não houve conversa sobre isso, mas tudo pode acontecer. No caso da Mendes Junior, deve ter sentença na semana que vem do primeiro processo. Estamos aguardando para fazer uma análise.”
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Em relação a José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, da OAS, conforme interlocutores, ele aguarda uma definição de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, sobre a delação para tomar sua decisão. Pinheiro e outros ex-dirigentes da OAS foram condenados na Lava Jato por corrupção lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Erton Medeiros, da Galvão Engenharia, também avalia partir para a delação devido ao cenário desfavorável aos réus. Advogados das OAS e da Galvão negam, formalmente, porém, que seus executivos farão delação.
Gerson Almada, da Engevix, tenta outra estratégia. Até agora ele admitiu fatos, mas não reconheceu crimes, um dos princípios da delação, e espera que isso seja suficiente para amenizar uma eventual pena. A delação seria um plano B. Almada contou como funcionava o “clube” de empreiteiras na Petrobrás. Negou acerto de preços, mas admitiu que as empresas combinavam as “preferências” em cada obra de licitações da estatal.
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Outro que avalia o acordo é o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, que aceitou participar de uma conversa sobre delação. “Não descarto que possa acontecer um desespero e partir para a delação, mas sou contra”, disse seu advogado, Edson Ribeiro.
Operadores
Investigados que atuaram como braço operacional do esquema também consideram ou já decidiram colaborar com as investigações. O advogado Roberto Trombeta teria contado aos investigadores detalhes do suposto esquema da OAS fora do País, segundo pessoas próximas a ele. Trombeta é considerado “homem-bomba”, o que abrirá uma nova frente de apuração. Procurado, ele não foi localizado pelo Estado. O lobista Fernando “Baiano” Soares, que fazia a ponte com o PMDB, segundo a força-tarefa, também está em processo de delação.
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Auxiliar do doleiro Alberto Youssef, o agente da Polícia Federal Jayme Alves, apontado como “carregador de malas” do doleiro, “recentemente iniciou negociações com o MPF (Ministério Público Federal) para celebração de acordo de colaboração”, disse sua defesa. O advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, que administrava empresa de fachada de Youssef, também está fazendo delação premiada.
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