Datafolha
De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados dizem ser contra a transferência da empresa para a iniciativa privada, enquanto 40% são a favor
A oposição à privatização da Sabesp supera a posição favorável nos recortes de gênero, idade, escolaridade e renda. / Reprodução/Facebook/Sabesp
Continua depois da publicidade
A privatização da Sabesp, companhia de saneamento paulista, é rejeitada pela maior parcela dos moradores do estado de São Paulo, mostra pesquisa do Datafolha.
De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados dizem ser contra a transferência da empresa para a iniciativa privada, enquanto 40% são a favor. A minoria (1%) declara ser indiferente, e 6% não sabem.
A pesquisa foi feita entre os dias 3 e 5 de abril, em 64 municípios de todas as regiões do estado de São Paulo. Foram realizadas 1.806 entrevistas presenciais, com pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento mostra que nenhum segmento endossa a venda da companhia de saneamento de forma majoritária.
A oposição à privatização da Sabesp supera a posição favorável nos recortes de gênero, idade, escolaridade e renda. A exceção são os entrevistados entre 35 e 44 anos, onde há empate: 48% são contra, e 48% a favor.
O apoio, contudo, fica acima da média (49%) entre os que declaram ter votado em Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governador no segundo turno das eleições de 2022. Já entre os eleitores de Fernando Haddad (PT), 65% rejeitam a proposta.
Considerando a ocupação principal dos entrevistados, apenas o grupo de empresários tem posição majoritária a favor da privatização: 54%.
A rejeição, por sua vez, é maior entre estudantes (65%), funcionários públicos (59%), e desempregados (54%).
A privatização da companhia de saneamento é considerada a joia da coroa da gestão de Tarcísio, que deseja ver a empresa nas mãos da iniciativa privada já em 2024.
Na última semana, o governador disse estar otimista com o processo e afirmou que um contrato com o Banco Mundial para a estruturação do projeto será assinado nos próximos dias.
Tarcísio quer fazer das privatizações de companhias públicas uma das marcas de sua gestão. Segundo ele, caso todos os 15 projetos de desestatização previstos sejam bem-sucedidos, o estado de São Paulo pode atrair cerca de R$ 180 bilhões em investimentos.
Embora a maioria dos paulistas seja contra a privatização da Sabesp, o Datafolha mostrou que a maior parcela acha que, se a companhia fosse concedida, o serviço superaria o atual em relação à qualidade.
Para 43% dos entrevistados, o fornecimento de água e o tratamento de esgoto em São Paulo seria melhor se a empresa estivesse com a iniciativa privada. Segundo a pesquisa, 28% acreditam que seria pior, 22% acham que seria igual, e outros 7% não sabem.
Outra aposta de Tarcísio em sua agenda de privatizações é a do porto de Santos, um projeto que ele próprio conduziu como ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa do Datafolha mostrou que 43% dos moradores do estado de São Paulo são a favor, e 45% são contra.
O apoio aumenta entre homens, de acordo com a idade, escolaridade e renda. Metade dos entrevistados do gênero masculino diz ser a favor da privatização do porto.
Entre pessoas com ensino superior, o apoio chega a 47%, proporção que atinge a 57% entre os entrevistados que recebem entre cinco e dez salários mínimos. A maioria (52%) dos que votaram em Tarcísio para governador é favorável ao projeto.
Assim como no caso da Sabesp, a maior parcela dos entrevistados também diz que a estrutura e os serviços seriam melhores se o porto de Santos estivesse com a iniciativa privada.
Para 45%, a concessão iria melhorar a situação do porto, enquanto 19% acreditam que ficaria pior. Outros 19% acham que o serviço permaneceria igual, e 17% não sabem.
O Datafolha também questionou os entrevistados que moram na região metropolitana de São Paulo sobre a privatização de linhas de trem de passageiros. De acordo com a pesquisa, 45% declaram ser favoráveis, enquanto 49% se opõem. Em relação às linhas de metrô, o cenário é ainda mais dividido: 48% a favor e 47% contra.
Continua depois da publicidade