Política

Lula diz que Aécio se esquece da inflação do PSDB

O ex-presidente ironizou o senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, que lançou o slogan "País rico é País sem inflação

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 23/05/2013 às 21:35

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Recebido por embaixadores africanos para um jantar, na quarta-feira, 22, aos gritos de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, que lançou o slogan "País rico é País sem inflação". Para Lula, a estratégia do tucano de mirar a inflação na campanha, desdenhando a marca "País rico é País sem pobreza", do governo Dilma Rousseff, peca pelo "esquecimento".

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"Aécio está copiando o slogan da Dilma, mas se esquece da inflação que esse País já teve com eles", disse Lula ao Grupo Estado, à saída do jantar em sua homenagem, na Embaixada do Quênia. O PT vai mostrar, na campanha de Dilma à reeleição, em 2014, que a média anual de inflação nos dez anos do governo petista foi de 6,04%, enquanto nos oito daadministração Fernando Henrique ficou em 9,24%, segundo dados compilados pelo partido.

Bem-humorado e saudado com tapinhas nas costas pelos africanos, Lula não se importou nem mesmo com a falta de energia na Embaixada, provocada por uma pane elétrica. "Apesar de eu falar sempre do programa Luz para Todos, faltou luz aqui hoje, mas, possivelmente, o embaixador Kirimi (do Quênia) queria que a gente tivesse um jantar à luz de velas", brincou o ex-presidente, que, antes de retornar a São Paulo, ontem, tomou café da manhã com Dilma, no Palácio da Alvorada.

Embora as críticas de Aécio ao "Pibinho" e à alta de preços, os atritos do Planalto com o PMDB e as preocupações com a possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) tenham passado longe das conversas entre os convidados do jantar, a disputa de 2014 deu o ar da graça.

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Bem-humorado, Lula não se importou nem mesmo com a falta de energia na Embaixada (Foto: Divulgação)

DOGS

Lula ficou vermelho quando o embaixador do Benin, Isidore Benjamin Amédée Monsi, chamou-o de "nosso presidente" e puxou o refrão de suas campanhas. "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", cantarolou Isidore, saltitante, com um português carregado de sotaque francês. O coro foi seguido pela plateia, formada também por políticos e empresários do Brasil e da África.

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Ao lembrar que Dilma participará, neste sábado, 25, das comemorações dos 50 anos da União Africana, na Etiópia, Lula garantiu que todos terão uma "surpresa agradabilíssima" quando ela retornar da viagem porque as relações entre o Brasil e os países africanos vão aumentar muito "Aí, ao invés de vocês dizerem que teve um presidente que gostava da África, vocês vão dizer que foram dois", afirmou ele, sob aplausos.

"Dilma foi a Londres , conhece Nova York, vai em outubro a Washington, mas tenho a convicção de que ela voltará de Adis Abeba mais africana do que eu", emendou Lula, numa referência à capital da Etiópia. "Essa viagem vai fazer um bem extraordinário para a cabeça dela."

Na despedida, o embaixador do Zimbábue, Thomas Bvuma, expressou o sentimento dos colegas. "Nós amamos você e sentimos sua falta, Lula. Você elevou os embaixadores africanos de dogs vira-latas para dogs de estimação", comparou ele. Foi uma gargalhada só.

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