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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 22, que não teme a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais, mas evitou comentar o possível empate técnico, identificado na última pesquisa Datafolha, entre a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e o tucano Aécio Neves. "O jogo está começando agora. Eu nunca tive problema com o segundo turno", afirmou. Lula participou do 8º Congresso da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), na Praia Grande, Baixada Santista (SP). Segundo Lula, o segundo turno "é a possibilidade de se construir a coalizão de um mandato inteiro".
"Eu fui para o segundo turno em todas as eleições que eu disputei e nunca vi nenhum problema. Eu acho que é um momento importante da política brasileira porque você constrói aliança antes de chegar ao governo", afirmou, após almoçar com prefeitos da Baixada Santista.
De acordo com o ex-presidente, "o mais importante" é manter a confiança na reeleição de Dilma. "Tenho clareza de que a presidente Dilma tem condições de ganhar as eleições e de continuar governando o Brasil. Se for no primeiro turno, ótimo. Se tiver segundo turno, ótimo."
Questionado sobre a alta rejeição da presidente Dilma no Estado - segundo o Datafolha é de 47% -, Lula afirmou que "rejeição existe para a gente desconstituí-la". "Não vejo problema em rejeição. Ela existe para ser superada", disse. "Se você pegar o histórico, você vai perceber que tinha um momento que tinha muita rejeição e teve momento que tinha menos rejeição", completou.
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Segundo ele, com o início da campanha, Dilma vai começar a utilizar os meios de comunicação para "tentar mostrar as coisas corretas que fez no governo". "Quem está no governo, como a Dilma, vai mostrar aquilo que fez e vai pedir um voto de confiança às pessoas para mostrar o que vai fazer. Quem está na oposição vai sempre fazer promessas", disse. "É assim e vai ser sempre assim as campanhas no Brasil inteiro".
Lula minimizou o possível isolamento da presidente no Estado. "Não se a Dilma está isolada. A Dilma está o com o apoio dos partidos político que sempre apoiaram a mim e a ela." O ex-presidente disse ainda que não leu as informações publicadas pelo jornalista Ricardo Kotscho, seu ex-porta-voz, que disse que a presidente está "cada vez mais sozinha na estrada, com a campanha à reeleição mostrando rachaduras no governo, no partido e na base aliada". "Não li o Kotscho", afirmou.
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Sobre o possível divergências na cúpula do partido, Lula afirmou ainda que não há nenhum problema relacionado Franklin Martins, responsável pela área digital da campanha de Dilma. "Acho que seria um absurdo imaginar que a campanha iria preterir a pessoa com capacidade de análise política do Franklin. Se ele não existisse, seria necessário criá-lo", afirmou.
Sem divisão
Lula brincou dizendo que há pessoas que gostam de 'inventar' dois blocos distintos entre ele e a presidente Dilma. "Inventaram uma divisão entre 'lulistas' e 'dilmistas'. Eu acho fantástico. Eu seria o maior 'dilmista' do Brasil e tenho certeza que a Dilma não tem nenhuma razão para não ser 'lulista'", afirmou
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Segundo o ex-presidente, essas afirmações que buscam dividir o partido em blocos são de uma 'pequenez política', "É próprio de quem fica sentado numa sala com ar condicionado, analisando as coisas sem conversar com as pessoas", afirmou. "O sucesso da Dilma é sucesso de um projeto, que começou comigo em 2003, que está dando certo em 2014 e que vai se repetir até 2018."
Lula disse ainda que vai trabalhar por Dilma "com todas as forças que eu puder". "Onde eu tiver condições de transferir um voto para Dilma, eu vou transferir."