Lula defende união com Alckmin e diz que PSDB de Doria não é o de FHC e Serra / Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
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O ex-presidente Lula (PT) defendeu nesta quarta-feira (19) a união com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) em torno de sua candidatura -sendo vice em sua chapa, ou não. O petista afirmou ainda que o PSDB de João Doria não é o mesmo do que o que abrigou figuras importantes da sigla, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador José Serra e o ex-governador Mario Covas.
"Da minha parte não existe nenhum problema de fazer aliança com Alckmin e ter ele de vice. Nós vamos construir um programa de interesse para a sociedade brasileira. Não abro mão de que a prioridade é o povo brasileiro. Espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não sendo vice, porque me parece que ele se definiu em fazer uma oposição não apenas ao Bolsonaro, mas ao 'dorismo' em São Paulo", afirmou Lula em encontro com jornalistas.
"O PSDB do Doria não é o PSDB do FHC, do José Serra, do Mário Covas", seguiu o petista.
Participaram do encontro, que teve transmissão pelas redes sociais, jornalistas dos sites Brasil 247, Revista Fórum, DCM, Jornal GGN, Blog da Cidadania, Tutaméia, Jornalistas Livres e Rede Brasil Atual.
Como o jornal Folha de S.Paulo mostrou nesta semana, aliados do ex-presidente Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) avaliam que a construção da chapa conjunta está pavimentada e que a união demonstrou resistir a desafios de ordem programática e partidária.
A leitura de quem acompanha as conversas entre Lula e Alckmin é a de que ambos querem fazer a chapa acontecer e, para isso, estão dispostos a superar diferenças -a união pode ser anunciada em fevereiro.
"Vocês perceberam que só eu e o Alckmin não estamos falando sobre o assunto. Todo santo dia alguém fala sobre isso, mas você não vê uma fala minha ou dele sobre isso. Por uma razão simples: o Alckmin saiu do PSDB e não definiu para qual partido vai. E eu não defini minha candidatura. Então não pode ter candidato nem vice", afirmou Lula, que lidera a corrida eleitoral.
"Não estou procurando uma aliança ideológica. Não estou procurando aliança apenas para ganhar as eleições, estou procurando criar alianças para ajudar a fazer as transformações que o Brasil precisa", seguiu Lula.
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O petista disse ainda que, tem "conversado muito" com o PSD, de Gilberto Kassab. "É bem possível que a gente possa construir alguma coisa junto. Também com o Paulinho [da Força], do Solidariedade", continuou o petista.
"Precisamos construir uma força política capaz de dar sustentação às mudanças que precisamos fazer. Tenho certeza que qualquer pessoa que vier a ser vice vai contribuir para que a gente faça isso. Não vou escolher um vice para ele ser contra."
O ex-presidente voltou a declarar que os resultados das eleições deverão ser respeitados por todos, em recado ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não quero ser um candidato do PT, o PT é o meu partido, mas quero ser de um movimento que esteja disposto a resgatar a dignidade do nosso povo e o direito de ele ser feliz. Esse movimento que vai restabelecer a democracia e que vai dar um golpe de urna no Bolsonaro. Essa história de que não vai aceitar, vai ter Capitólio Ele pode até sair pelas portas dos fundos, mas quem ganhar vai tomar posse e vai presidir esse país", disse Lula.
Lula também atacou o ex-ministro Sergio Moro (Podemos). "Em vida, consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos, o [Deltan] Dallagnol, as fake news. Consegui provar que a quadrilha eram eles", disse.
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