Política

Lobista distribuiu US$ 8 mi à Petrobras, diz executivo

Fernando Soares está entre os alvos da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 14, que investiga esquema de lavagem de dinheiro

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/11/2014 às 17:13

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Apontado como operador de desvios para o PMDB, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, é acusado de ter distribuído US$ 8 milhões em propinas à diretoria Internacional da Petrobras. Em depoimento do seu acordo de delação premiada, o executivo do grupo Toyo Setal, Julio Camargo descreveu "em detalhes (...) a forma de pagamento e a utilização por Fernando Soares, para recebimento de saldo de oito milhões de dólares em propina".

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Fernando Soares está entre os alvos da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 14, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. Nesta etapa, a Polícia Federal prendeu executivos de empreiteiras e o um ex-diretor da Petrobras.

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As investigações apreenderam papéis, documentos e planilhas com menções a pagamentos e dívidas das empresas a Fernando Soares associados a datas, sem especificar o ano. No total, os apontamentos indicam valores de R$ 2,1 milhões. Além desses valores, trechos do depoimento do executivo da Toyo Setal descrevem a distribuição de propinas na diretoria internacional.

"Júlio Camargo ainda relata, em detalhes, episódio de pagamento de propinas por intermédio de Fernando Soares à Diretoria Internacional da Petrobras, na aquisição de sondas de perfuração pela Petrobras, inclusive revelando a forma de pagamento e a utilização por Fernando Soares, para recebimento de saldo de oito milhões de dólares em propina, das contas das empresas Techinis Engenharia e Consultoria S/C Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda"

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O depoimento é citado no despacho em que o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, autoriza as operações de busca e apreensão da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta. O relatório foi elaborado a partir dos depoimentos das delações premiadas, dados de sigilo bancário e fiscal, além das investigações do Ministério Público Federal.

Ainda de acordo com o relatório, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef "declararam que o mesmo esquema criminoso que desviou e lavou 2% ou 3% de todo contrato da área da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás também existia em outras diretorias", citando as áreas de Serviços, ocupada por Renato Duque, e na área Internacional, dirigida por Nestor Cerveró. "Nestes desvios, atuavam outros operadores que não Alberto Youssef.

"Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, estava encarregado da lavagem e distribuição de recursos para agentes públicos relacionados ao PMDB", indica o relatório.

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