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Apontado como operador de desvios para o PMDB, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, é acusado de ter distribuído US$ 8 milhões em propinas à diretoria Internacional da Petrobras. Em depoimento do seu acordo de delação premiada, o executivo do grupo Toyo Setal, Julio Camargo descreveu "em detalhes (...) a forma de pagamento e a utilização por Fernando Soares, para recebimento de saldo de oito milhões de dólares em propina".
Fernando Soares está entre os alvos da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 14, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. Nesta etapa, a Polícia Federal prendeu executivos de empreiteiras e o um ex-diretor da Petrobras.
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As investigações apreenderam papéis, documentos e planilhas com menções a pagamentos e dívidas das empresas a Fernando Soares associados a datas, sem especificar o ano. No total, os apontamentos indicam valores de R$ 2,1 milhões. Além desses valores, trechos do depoimento do executivo da Toyo Setal descrevem a distribuição de propinas na diretoria internacional.
"Júlio Camargo ainda relata, em detalhes, episódio de pagamento de propinas por intermédio de Fernando Soares à Diretoria Internacional da Petrobras, na aquisição de sondas de perfuração pela Petrobras, inclusive revelando a forma de pagamento e a utilização por Fernando Soares, para recebimento de saldo de oito milhões de dólares em propina, das contas das empresas Techinis Engenharia e Consultoria S/C Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda"
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O depoimento é citado no despacho em que o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, autoriza as operações de busca e apreensão da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta. O relatório foi elaborado a partir dos depoimentos das delações premiadas, dados de sigilo bancário e fiscal, além das investigações do Ministério Público Federal.
Ainda de acordo com o relatório, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef "declararam que o mesmo esquema criminoso que desviou e lavou 2% ou 3% de todo contrato da área da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás também existia em outras diretorias", citando as áreas de Serviços, ocupada por Renato Duque, e na área Internacional, dirigida por Nestor Cerveró. "Nestes desvios, atuavam outros operadores que não Alberto Youssef.
"Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, estava encarregado da lavagem e distribuição de recursos para agentes públicos relacionados ao PMDB", indica o relatório.
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