Política
Líderes avisam que farão a coleta de assinaturas em janeiro para que o pedido de instalação seja protocolado na primeira semana de fevereiro, logo após a posse dos novos parlamentares
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A revelação da lista dos 28 políticos citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no esquema de corrupção na estatal reforçou o discurso da oposição apontando a necessidade de criação, já no início de 2015, de uma nova Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Líderes do bloco oposicionista no Congresso avisam que farão a coleta de assinaturas em janeiro para que o pedido de instalação seja protocolado na primeira semana de fevereiro, logo após a posse dos novos parlamentares.
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), acredita que a divulgação da lista pelo jornal O Estado de S. Paulo leva a um caminho inevitável: a continuidade e o aprofundamento dos trabalhos da CPMI da Petrobras, encerrada na quinta-feira, diz 18. "Isso consagra cada vez mais a necessidade de uma nova CPI", completou.
Os líderes reagiram com cautela à revelação de Costa e afirmaram que é preciso aguardar os nomes que ainda surgirão com a delação do doleiro Alberto Youssef e da investigação dos que se relacionavam com os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Nestor Cerveró. "O volume de negócios é muito grande, então imagino que essa lista será muito maior", observou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
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Congresso engessado
O líder da Minoria no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), pediu que a Justiça Federal agilize a confirmação de todos os envolvidos no esquema. Para ele, o sigilo destas informações tornará "inviável" o funcionamento do parlamento em 2015.
"Não é questão de fazer pré-julgamento, mas não podemos ficar nessa situação constrangedora com várias listas ainda sob sigilo e comprometer o funcionamento do Congresso Nacional. Não é hora de 'fulanizar' ou saber se é a lista do Paulo Roberto ou do Renato Duque. Precisamos saber o mais rápido possível a totalidade dos políticos citados para que as providências sejam tomadas", disse Caiado em nota. "Vamos ter no início do ano que vem a eleição das Mesas Diretoras da Câmara e Senado. Imagina se um membro eleito da Mesa é envolvido nesse escândalo desgastando o Congresso e engessando seu funcionamento?", ponderou o deputado.
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Em nota, o PSDB defendeu que as denúncias sejam investigadas independentemente de filiação partidária dos envolvidos. O ex-presidente da sigla, ex-senador Sérgio Guerra, falecido neste ano, é um dos mencionados na delação.