Política
Sérgio Moro também comenta o pedido de investigação feito pelos advogados sobre um suposto "vazamento" à imprensa de parte do depoimento prestado pelo ex-gerente
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Em despacho da tarde desta quarta-feira, 17, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução das ações da Operação Lava Jato, considerou inviável o acesso dos advogados do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque à delação premiada realizada pelo ex-gerente executivo de Engenharia da estatal Pedro Barusco Filho. O pedido de cópia do depoimento foi feito no final de manhã de hoje, pelos advogados de Duque.
"Em que pese o requerido, os depoimentos prestados por Pedro Barusco ainda estão sendo examinados pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, sendo inviável o acesso no presente momento sob pena de prejudicar as investigações", diz o juiz no despacho. "Ademais, prevê o art. 7º da Lei nº 12.850/2013, que o acordo e as provas decorrentes permanecem em sigilo até a propositura de denúncia. Não consta que o ora requerente tenha sido denunciado pelo MPF, nem que alguma das denúncias propostas tenha por base o depoimento de Pedro Barusco", acrescenta.
O juiz também comenta o pedido de investigação feito pelos advogados sobre um suposto "vazamento" à imprensa de parte do depoimento prestado por Barusco. "Quanto ao suposto vazamento, observo que, aparentemente, a Polícia Federal fez referência ao conteúdo dos depoimentos em algum dos inquéritos cujo sigilo foi levantado. Então, em princípio, não teria ocorrido vazamento ilegal. Se for o caso, deve o requerente melhor esclarecer as notícias de imprensa que teriam veiculado conteúdo deste depoimento para melhor avaliação deste Juízo", diz Moro.
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No depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, Barusco disse que fez uma "troca de propinas" com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O ex-gerente afirmou ainda que possuía um "crédito" da empreiteira Schahin Engenharia, empresa que atua nas áreas de petróleo e gás, mas que estava encontrando dificuldades em receber o dinheiro, segundo ele, relativo ao empreendimento de reforma e ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro, complexo de laboratórios na Ilha do Fundão.