Política

Joaquim Barbosa vota contra indenização bilionária à Varig

Segundo o presidente do STF, a Varig não pode atribuir ao governo os prejuízos financeiros da empresa

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/03/2014 às 17:53

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, votou hoje (12) contra o pedido de indenização que a Varig cobra da União. A reparação financeira à massa falida da empresa pode passar de R$ 3,05 bilhões. Segundo Barbosa, a Varig não pode atribuir ao governo os prejuízos financeiros da empresa. O julgamento foi interrompido e será retomado após o intervalo da sessão.

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Os ministros julgam se o congelamento de preços imposto pelo governo para conter a inflação, no período de 1985 a 1992, causou prejuízos à então concessionária de serviço de transporte aéreo e se os danos precisam ser ressarcidos. O resultado do julgamento é aguardado por aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus, que esperam receber dívidas trabalhistas e previdenciárias.

Segundo Barbosa, os planos econômicos da época provocaram efeitos em todos os setores da economia, não sendo peculiares à empresa. Segundo o ministro, a União não pode indenizar somente uma empresa, sendo que outros setores também foram afetados no período de alta inflação.

O presidente do STF, Joaquim Barbosa, votou contra a indenização bilionária à Varig (Foto: Agência Brasil)

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Para o presidente, os prejuízos da Varig foram causados pelo seu modelo de negócios. “É preciso ver que o patrimônio da União pertence a todos os brasileiros, inclusive àqueles que nunca tiveram oportunidade de sequer voar. É contrassenso achar que a União deve sustentar empresa privada ou semipública”, afirmou Barbosa.

Ao debater seu voto com a ministra Cármen Lúcia, Barbosa afirmou que foi criada uma expectativa errada de que a indenização poderia ser usada para pagar os credores do fundo de pensão Aerus. O ministro explicou que o STF está julgando fatos que aconteceram antes do início dos problemas com o fundo. “Acho impróprio vincular esta ação com o Aerus”, disse.

Na ação, a Varig alega que o congelamento de preços dilapidou o patrimônio da empresa e pede indenização de R$ 6 bilhões. O valor seria usado para pagar dívidas trabalhistas e previdenciárias de ex-funcionários e integrantes do fundo de pensão Aerus, patrocinado pela empresa. Para o Aerus, a indenização em valores atualizados é R$ 7,2 bilhões.

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O placar da votação está empatado em 1 a 1. Além de Barbosa, a ministra Cármen Lúcia votou a favor da indenização à Varig. O voto dela foi proferido em maio do ano passado. Os ministros Dias Toffoli, Teori Zavascki e Luiz Fux declararam-se impedidos para julgar a causa.

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