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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse, neste sábado, 02, em São Paulo, que o Japão quer aumentar o comércio com os países da América Latina e ampliar investimentos. Segundo ele, a relação comercial e cultural longa entre os dois países e o 1,8 milhão de descendentes japoneses na região são a "ponte" para ampliar as parcerias.
"Eu vi com meus próprios olhos o clima de crescimento na América Latina. O Japão tem know-how e tecnologia para atender às demandas da região", disse Abe. "Todos os países estão competindo para aumentar a presença na América Latina. As empresas japonesas se instalaram nesses países há muitos anos e agora queremos elevar essa relação para outro patamar."
Abe vem ao Brasil no momento em que o Japão busca uma recuperação econômica, tentando superar a deflação. O premier disse que assumiu o papel de "vendedor" do país. Ele é o autor da política econômica conhecida como "Abenomics", baseada em rigor fiscal e atração de investimentos privados.
Em encontro com empresários brasileiros, o político japonês relembrou os frutos da parceria entre os países e chegou a citar frases do piloto Ayrton Senna sobre os motores da japonesa Honda Ele também lembrou os empresários brasileiros com quem o Japão foi parceiro no desenvolvimento da tecnologia que viabilizou o cultivo de soja no cerrado.
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Na sexta-feira, 01, Abe e a presidente Dilma Rousseff firmaram nove acordos de cooperação, entre eles, um na área de regulação farmacêutica e um empréstimo de US$ 500 milhões de instituições japonesas para a construção de cascos de navios-plataformas da Petrobrás.
Questionado sobre se o Japão poderia estender as parcerias firmadas com o Brasil para os países do Mercosul, Abe disse que o setor privado está estudando a possibilidade. Segundo ele, os acordos fechados com determinados países latinos devem beneficiar a região como um todo. O Japão tenta fortalecer sua relação com Chile e México para formar uma área de cooperação econômica no Pacífico.
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Além de parcerias econômicas, o governo japonês quer aliados para a área de diplomacia e para promover uma reforma estrutural na ONU. Abe preferiu não comentar detalhes sobre a formação do banco do Brics, justificando que os "serviços concretos e as regras de governança corporativa ainda não estão esclarecidos". Ele disse, no entanto, que acha importante que os empréstimos sejam feitos de acordo com regras internacionais.