Política
Como vacina para evitar novas acusações, Temer realizou um evento no Palácio do Planalto e pediu que sua fala e dos demais participantes fossem transmitidas pelos canais oficiais do governo
Temer admite receio em assinar decreto de relicitação de obras / Fotos Públicas
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Investigado sob a suspeita de ter beneficiado uma empresa na área de portos, o presidente Michel Temer admitiu nesta segunda-feira (13) estar receoso em assinar um decreto que vai regulamentar a relicitação de obras de infraestrutura.
"A preocupação que eu tive, confesso, foi a seguinte: o presidente editou um decreto, resolveu sentar-se à mesa, redigiu um decreto e assinou esse decreto e mandou publicar no Diário Oficial. Exata e precisamente dir-se-ia 'para beneficiar empresa tal ou empresa qual' ou então 'há algum ilícito que tenha sido veiculado pelo decreto editado pelo presidente da República'".
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Como vacina para evitar novas acusações, Temer realizou um evento no Palácio do Planalto e pediu que sua fala e dos demais participantes fossem transmitidas pelos canais oficiais do governo. De forma genérica, ele disse que o processo de edição desses atos costuma chegar de última hora nas suas mãos.
"Convidei a todos para essa reunião para que nós possamos transparentemente ouvir dos nossos membros do governo as razões que poderão nos levar à assinatura desse decreto e ouvir os senhores concessionários.
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Para que fique claro, transparente, límpido, que se deveu a esses fatos governamentais que são do maior significado e não ao desejo ilícito", disse.
Estiveram no encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Valter Casemiro (Transportes), Gustavo Rocha (Direitos Humanos), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Ronaldo Fonseca (Secretaria-Geral).
O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, também participou, além de representantes de empresas concessionárias.
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Embora tenha dito que só recebeu o decreto de relicitação da última semana, o tema vem sendo tratado há meses pelo governo. Em maio, Casemiro concedeu uma entrevista coletiva após reunião no Planalto afirmando que o decreto sairia ainda naquele mês.
O presidente disse estar pré-convencido a assinar o decreto, mas que sua decisão se daria apenas depois de ele ter ouvido os argumentos de ministros, técnicos e das concessionárias.
O texto em análise servirá para regulamentar uma lei -sancionada em junho de 2017- que permite que concessionárias em dificuldades devolvam obras ao poder público para novas licitações.
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Temer é investigado em inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a suspeita de ter recebido propina para beneficiar empresas que atuam no porto de Santos um assinar de concessões portuárias em 2017. Ele nega as acusações e se diz vítima de uma armação.