Atos antidemocráticos
O primeiro teste é a votação pela Câmara dos Deputados do PDL que autoriza a intervenção do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segurança pública do DF
Invasão da Praça dos Três Poderes ocorrida no domingo / Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A invasão da Esplanada dos Ministérios neste domingo (8) aprofundou a cisão no PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O primeiro teste é a votação pela Câmara dos Deputados do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que autoriza a intervenção do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segurança pública do Distrito Federal.
O líder da bancada, Altineu Cortes (RJ), sinalizou em reunião de líderes na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) que encaminharia votação favorável à intervenção. O acordo é fazer uma votação simbólica, para transmitir unidade.
No grupo de WhatsApp da legenda, no entanto, ele foi cobrado sobre esse posicionamento, e não havia respondido até o final da tarde. Os deputados Domingos Sávio (MG) e Sóstenes Cavalcante (RJ) foram alguns dos que se manifestaram contrariamente.
Além disso, parlamentares eleitos, como Alberto Fraga (PL-DF), também discordam da intervenção.
"O controle já foi restabelecido. Para que intervenção? Se for votação simbólica, vou pedir para registrar o meu voto contrário", diz Sóstenes.
A tarde foi de romaria na sede do PL, para avaliar os impactos da crise na legenda. Estiveram com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, dois filhos do ex-presidente Bolsonaro, Flávio e Eduardo.
A avaliação na cúpula do partido é de que os atos deste domingo enfraquecem a oposição a Lula, na qual recai a expectativa do PL de crescimento. Embora haja uma tentativa de diferenciar os radicais dos apoiadores do ex-presidente, a percepção é de que a violência dos atos deste domingo dificultam a missão.
Desde que abrigou o bolsonarismo, o PL vive uma cisão entre os quadros ligados ao ex-presidente e aos chamados de correligionários raiz.
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