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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ouvido pela Polícia Federal na condição de testemunha em um dos inquéritos complementares do mensalão. O depoimento foi prestado na última terça-feira, 9, quando esteve na capital federal, na sede da PF, confirmou a assessoria de imprensa do Instituto Lula.
Desde fevereiro, a PF tentava ouvir Lula no inquérito que investiga a suspeita de repasses ilegais da Portugal Telecom ao PT. Ele não é alvo da investigação em andamento. Como ex-presidente, o petista teve prerrogativa de negociar a data em que seria ouvido. O depoimento da última terça-feira foi noticiado pela revista Época. No dia 3, ele recebeu a carta precatória assinada pelo delegado federal Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, chefe da área de repressão a crimes financeiros e desvios de recursos públicos em São Paulo, e se comprometeu a comparecer na PF na última terça-feira.
Em setembro, antes das eleições, Lula disse que não tinha recebido convite para depor à PF, mas que estava "tranquilo". Para ele, havia conotação política na divulgação do caso. "Certamente, o objetivo de quem manda vocês fazerem a pergunta para mim é eleitoral. O que não é o comportamento da Polícia Federal", afirmou. "Quando você quer fazer uma investigação séria, você não se preocupa com o período eleitoral. Não tem data, não tem limite, não tem eleição. Eu estou tranquilo."
A investigação foi aberta a pedido do Ministério Público Federal com base em denúncia do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza. Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em 2012, Valério acusou o petista de intermediar pagamento de R$ 7 milhões da telefônica ao PT. O objetivo seria pagar dívidas de campanha. O conteúdo do depoimento foi revelado pelo Estado em 11 de dezembro daquele ano.
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