Política
O encontro se dá em uma conjuntura especial: em tese, os dois são hoje adversários, já que ambos almejam disputar as eleições de 2022 para o governo de São Paulo
Fernando Haddad e Marcio França se reuniram nesta sexta (19) / Arquivo Pessoal
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O ex-governador paulista Márcio França (PSB-SP) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP) se reuniram nesta sexta-feira (19) para, segundo eles, discutir "o futuro de São Paulo e do Brasil".
O encontro se dá em uma conjuntura especial: em tese, os dois são hoje adversários, já que ambos almejam disputar as eleições de 2022 para o governo de São Paulo.
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A conversa de lideranças do PT e do PSB para que Lula (PT) seja candidato a presidente com Geraldo Alckmin (de saída do PSDB) de vice pela legenda socialista, no entanto, pode mudar todo o quadro também no plano estadual.
Se ela vingar, Alckmin não será mais candidato ao governo de São Paulo. E as chances eleitorais de Haddad e França aumentam -o ex-governador tem hoje 26% das intenções de voto e é o primeiro colocado na disputa, de acordo com pesquisa Datafolha.
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Por outro lado a possibilidade de PT e PSB repetirem a dobradinha nacional no estado fica reforçada.
Com o encontro desta sexta, os dois mostram que estão dispostos justamente a unir forças em São Paulo, caso Lula e Alckmin disputem as eleições em chapa única.
Surge então a pergunta: qual dos dois seria o candidato ao governo, e que destino seria reservado ao que abdicar da candidatura?
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Nesta quinta (18), a o jornal Folha de S.Paulo revelou que o PSB, partido de França, pretende obter o apoio do PT em cinco estados em troca de filiar Alckmin e lançá-lo em uma chapa com Lula. Um dos estados seria São Paulo.
França, no entanto, tem mostrado maior flexibilidade nas conversas de bastidores com o PT.
Apesar de seu desejo claro de disputar a eleição na cabeça de chapa, ele admite, por exemplo, considerar as pesquisas eleitorais para tomar a decisão de seguir em frente ou de fazer uma composição com Haddad.
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Por esse desenho, o nome que se mostrasse mais competitivo lideraria a disputa. O outro teria inúmeras opções: ser candidato a vice, ao Senado ou a ocupar um ministério de destaque em um eventual governo Lula/Alckmin.
O acordo nacional, que antes de ser revelado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, poderia ser visto como algo inusitado, já não parece tão distante. Tanto Lula como Alckmin têm trocado gentilezas públicas.
Haddad também se reuniu nesta semana com o presidente do PDT, Carlos Lupi, para discutir o quadro político nacional.
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