Política

Governo prepara campanha publicitária para defender realização da Copa no País

A ação pretende enfraquecer as críticas à realização do Mundial e esvaziar eventuais manifestações durante o megaevento esportivo entre junho e julho

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 31/01/2014 às 21:19

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

A presidente Dilma Rousseff planeja realizar uma ampla campanha publicitária para defender a realização da Copa no Brasil. O tema também fará parte, a partir de agora, dos discursos oficiais e ações nas redes sociais. Assim, o governo pretende enfraquecer as críticas à realização do Mundial e esvaziar eventuais manifestações durante o megaevento esportivo entre junho e julho.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Uma onda negativa poderá ter reflexo nas eleições de outubro, avaliam auxiliares da presidente. No ano passado, a série de manifestações em meados do ano derrubou a popularidade de Dilma.

A preocupação com a Copa e eventuais reflexos na eleição já integrava a pauta do Palácio do Planalto. O Ministério da Justiça planeja, por exemplo, fazer uma série de visitas aos Estados que vão sediar jogos a fim de conversar com os comandos das polícias militares e ressaltar a importância de se evitar conflitos com manifestantes - foram ações violentas da PM paulista que engrossaram os protestos de junho de 2013.

Novo comando

Continua depois da publicidade

A nova estratégia de comunicação será a primeira tarefa do novo comando da Secretaria de Comunicação Social. Ontem foi anunciada oficialmente a saída da ministra Helena Chagas. O cargo será agora ocupado pelo também jornalista Thomas Traumann.

A presidente Dilma Rousseff planeja realizar campanha publicitária para defender a Copa no Brasil (Foto: Agência Brasil)

Já havia uma pressão de dentro e de fora do governo para que o Planalto reagisse com firmeza às críticas que vinha recebendo contra a realização da Copa. A contraofensiva tem por objetivo tentar convencer a população de que a Copa trará benefícios à população. O governo pretende atacar em três linhas para tentar "desarmar" os argumentos contrários à Copa: a primeira, a de que grande parte dos financiamentos são privados, e não públicos; a segunda, a de que essas obras serão um legado para o País - os estádios, por exemplo, serão usados para shows e outros eventos depois da Copa; a terceira, a de que obras de mobilidade urbana, mesmo que não sejam entregues a tempo, foram "aceleradas".

Continua depois da publicidade

A estratégia governista é não deixar que a população se "deixe levar pela loucura", nas palavras de um assessor direto da presidente. Pelas redes sociais, há grupos que se mobilizam com a bandeira de "Não Vai Ter Copa". Já houve protestos violentos no fim de semana passado. O PT chegou a criar uma campanha "Vai Ter Copa" para rebater o movimento. Agora terá ajuda do governo.

Integrantes do governo reconhecem, em conversas reservadas, que há de fato um desgaste por causa da associação como Fifa e Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas acreditam que há tempo suficiente para reverter esse cenário.

O Planalto aposta no argumento de geração de empregos por causa do megaevento. Também já levanta os preços dos estádios de outras edições do torneio a fim de compará-los com os custos do caso brasileiro.

Continua depois da publicidade

A Secretaria de Comunicação Social informou nesta sexta-feira, 31, que "as ações de comunicação institucional para este ano estão em fase de planejamento". O Ministério do Esporte, por sua vez, informou que ainda "não há definição sobre o assunto".

Estádios

Dilma esteve presente na inauguração oficial de todos os estádios da Copa que já ficaram prontos - a última solenidade foi em Natal, quando abriu a Arena das Dunas, no dia 22 de janeiro. "O Brasil tem de apostar a seu favor, e não contra", afirmou a presidente em entrevista a jornalistas, ao ser questionada sobre a possível exclusão de Curitiba por conta de atrasos nas obras da Arena da Baixada. "Essa é o tipo da pergunta que mostra aquilo que o Nelson Rodrigues dizia: ‘não é possível apostar no pior’. Pelo contrário. Eu acredito que todo governador, prefeito e os empresários que são responsáveis pelo estádio de Curitiba irão fazer o estádio no prazo. É algo que eu tenho certeza", disse Dilma na ocasião.

Continua depois da publicidade

Além da Arena da Baixada, faltam ser inaugurados os estádios Itaquerão (São Paulo), Arena Pantanal (Cuiabá), Arena da Amazônia (Manaus) e Beira Rio (Porto Alegre).

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software